“ Quando eu nasci, as frases que hão de salvar a humanidade
já estavam todas escritas, só faltava uma coisa – salvar a humanidade.”
Almada Negreiros
“ CAIS DA FRUTA “
Menino, pintor, poeta
de olhos de Gigante
com visão maior
no cais das laranjas
Tam-tam estúrdio estapafúrdio
pacote roto de fruta
real mente rola enrola na terra
não dá a bota com a perdigota
Rei não rima com cuca
ou cena de ódio
dique talvez com Duque aqueduto
Cais do cesto morto pum pum
Entorna-se - me a vista
na inocência da menina Tam-tam
seus seios tamarindos
fazem mais sentido
do que a fruta caída
na beira rio onde
onda atrás d’onda splash splash
rebentavam palavras loucas de cio
como sumos delas chegavam sempre
mais laranjas com os gomos em franja
e ainda hoje são tantas as caídas
em cesto roto minha irmã Tam-Tam
que não dão sementes para a vida
não chegam nem para salvar o ranço do osso
quanto mais uma Humanidade descalcificada.
E olha Necas vê se me libertas deste andaime
em cima da mesa e traz-me outra beca lúcida
que por simpatia me ilumine a realidade
Zás – catrapás- paz – pum-pum tremoço
e me torne manifestamente invisível
a seguir ao almoço.
Carlos A. Neto Rodrigues, 04 / 11 / 2014
já estavam todas escritas, só faltava uma coisa – salvar a humanidade.”
Almada Negreiros
“ CAIS DA FRUTA “
Menino, pintor, poeta
de olhos de Gigante
com visão maior
no cais das laranjas
Tam-tam estúrdio estapafúrdio
pacote roto de fruta
real mente rola enrola na terra
não dá a bota com a perdigota
Rei não rima com cuca
ou cena de ódio
dique talvez com Duque aqueduto
Cais do cesto morto pum pum
Entorna-se - me a vista
na inocência da menina Tam-tam
seus seios tamarindos
fazem mais sentido
do que a fruta caída
na beira rio onde
onda atrás d’onda splash splash
rebentavam palavras loucas de cio
como sumos delas chegavam sempre
mais laranjas com os gomos em franja
e ainda hoje são tantas as caídas
em cesto roto minha irmã Tam-Tam
que não dão sementes para a vida
não chegam nem para salvar o ranço do osso
quanto mais uma Humanidade descalcificada.
E olha Necas vê se me libertas deste andaime
em cima da mesa e traz-me outra beca lúcida
que por simpatia me ilumine a realidade
Zás – catrapás- paz – pum-pum tremoço
e me torne manifestamente invisível
a seguir ao almoço.
Carlos A. Neto Rodrigues, 04 / 11 / 2014
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