Viva a Vida !

Este blog destina-se aos meus amigos e conhecidos assim como aos visitantes que nele queiram colaborar..... «Olá, Diga Bom Dia com Alegria, Boa Tarde, sem Alarde, Boa Noite, sem Açoite ! E Viva a Vida, com Humor / Amor, Alegria e Fantasia» ! Ah ! E não esquecer alguns trocos para os gastos (Victor Nogueira) ..... «Nada do que é humano me é estranho» (Terêncio)....«Aprender, Aprender Sempre !» (Lenine)

sábado, 31 de agosto de 2013

Pela madrugada fora, com márcia

Maria Márcia Marques Pela madrugada fora, fiquei a escutar a tua voz, o silêncio do teu grito, entre fantasias e encruzilhadas, indo em busca de alento, de brisas de mar enfeitadas de flores e cheias de cuidados e atenções…

Alberto Caeiro - Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia


Com um bom dia.
Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as cousas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as cousas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.

Alberto Caeiro

Fábrica de Escrita
(imagem: Benoit Paillé)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Márcia Marques - inquietação


A inquietação é um balão
A soltar-se da minha mão,
Vagueando no espaço 
Da desilusão.
Resta a cor do teu coração...

David Mourão-Ferreira - Noite Apressada


há 11 horas 

Daqui me despeço por hoje. Uma boa noite para todos.

Noite Apressada

Era uma noite apressada 
depois de um dia tão lento.
Era uma rosa encarnada
aberta nesse momento.
Era uma boca fechada
sob a mordaça de um lenço.
Era afinal quase nada,
e tudo parecia imenso!

Imensa, a casa perdida
no meio do vendaval;
imensa, a linha da vida
no seu desenho mortal;
imensa, na despedida,
a certeza do final.

Era uma haste inclinada
sob o capricho do vento.
Era a minh'alma, dobrada,
dentro do teu pensamento.
Era uma igreja assaltada,
mas que cheirava a incenso.
Era afinal quase nada,
e tudo parecia imenso!

Imensa, a luz proibida
no centro da catedral;
imensa, a voz diluída
além do bem e do mal;
imensa, por toda a vida,
uma descrença total!

David Mourão-Ferreira, in "À Guitarra e à Viola"

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

a escrita de Márcia


Gostei de ver este sabor do olhar, também se olha com a alma e com o silêncio, em tardes cheias de fraquezas....
Vivendo entre o sol e a lua, dia e noite em sintonia, a afagar os amantes que ondulam como as papoilas entre as searas da vida....

Sou aquela que ao entardecer anda perdida, mas que gosta de olhar as estrelas e fugir em sonhos na cauda de uma estrela candente....

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Convicções e paradoxos

Quebrar sem Partir


TERÇA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2013

Convicções e paradoxos

Não obstante todo o esforço mediático em contrário, a opinião pública tem vindo a demonstrar convicções pouco tranquilizadoras para os poderes dominantes. Sabe-se, hoje (enfim, sempre se soube), que a versão oficial da história iniciada com o ‘viver acima das possibilidades’ – e da consequente contracção de uma suposta ‘dívida colectiva’ (curioso que, quando se apurou ser esta sobretudo privada, deixou de falar-se em ‘dívidas soberanas’ – todas passaram a públicas!) e da exploração enviesada do princípio de que ‘as dívidas são para pagar’ (arrastando políticas de austeridade que conduzam à ‘redução do Estado Social à medida das nossas capacidades’) – estava mal contada. A génese e evolução de tudo o que aconteceu para aqui chegarmos, afinal foi bem diferente da ‘narrativa’ neoliberal que o aparelho mediático construiu na defesa das políticas que suportam o poder financeiro global: os contribuintes (enquanto tais), agora chamados a cobrir os prejuízos, pouco ou nada tiveram a ver com a formação (e subsequente estouro) da ‘bolha’ especulativa habilmente camuflada pela engenharia financeira dos ‘derivados’, que a completa desregulação dos mercados acentuou.

À convicção pública, cada vez mais reforçada, de que a origem e a responsabilidade da crise actual se deve acima de tudo à especulação financeira em conúbio com o poder político dos Estados, associa-se, pois, uma outra, não menos firme, de que os custos da mesma estão a ser suportados por quem pouco ou nada para ela contribuiu – a generalidade dos contribuintes, em especial os mais indefesos. Eis, então, o primeiro paradoxo gerado entre dois alargados consensos: quem está a pagar a crise não é quem a provocou. Trata-se, como é óbvio, de um paradoxo de natureza ‘apenas’ moral, de um facto eticamente reprovável, que só a História terá capacidade de reconhecer a seu tempo. Para já o domínio económico e político, apoiado numa bem oleada teia mediática, impõe que a conta dos desvarios provocados por uns poucos (ainda que no desenvolvimento da lógica do sistema) seja paga pela generalidade dos cidadãos.

Este não é, contudo, o único episódio do gigantesco processo de extorsão e transferência de riqueza em benefício do sector financeiro que se encontra em curso, bem longe disso, mas é seguramente a base em que todos os outros se movimentam. Alguns são tão evidentes e escandalosos que suscitam mesmo o reparo e a contestação dos próprios apaniguados. Como o que recentemente envolveu Alberto João Jardim, normalmente mais invocado por comportamentos histriónicos ou de demagogia política, mas desta vez a propósito da decisão do ‘seu’ Governo (PSD/CDS) de aumentar o horário de trabalho na função pública das actuais 35 para as 40 horas semanais. Com efeito, dirá ele, se a troika sustenta que há pessoas a mais a trabalhar no Estado, prolongar o tempo de trabalho das que lá estão agrava ainda mais o problema, o que constitui um... paradoxo!

Este é, aliás, o grande e inultrapassável paradoxo do sistema na actualidade, já bastas vezes aqui denunciado: o enorme incremento da produtividade do trabalho em consequência do desenvolvimento técnico deveria ter como resultado lógico a libertação do tempo de trabalho e não, como paradoxalmente parece querer impor-se – sem que alguém compreenda bem porquê! – o seu aumento, em termos de horas e ritmos de trabalho. Entretanto, um estudo elaborado por economistas do Centro de Lille de Estudo e Investigação Sociológica e Económica (Clersé, Le Monde Diplomatique, Jul/13) explica porque tal acontece, aliás ao arrepio da tendência histórica mantida até aos anos 70 do séc. passado. Aí se conclui estar o custo do trabalho a ser penalizado pelo acréscimo de custos financeiros improdutivos (juros e dividendos) sobre o capital, na sequência da financeirização da economia então ocorrida (acréscimo na ordem dos 50 a 70% acima dos custos estritamente económicos). Para além do que isso implica em termos de desvio de fundos necessários ao investimento em áreas reprodutivas, tanto do ponto de vista económico estrito, como de reconversão ambiental, apoio social,...

Foi há cerca de 30 anos, que o proselitismo das convicções liberais teve acesso ao poder e, em nome de uma utopia – o mercado livre – impôs uma política de desregulação da economia, o que permitiu ao sector financeiro capturar a economia global (e toda a sociedade!), pondo-a a funcionar em seu proveito. Desde então, uma sofisticada engenharia financeira proporcionou ao sector um enorme fluxo de rendimentos (por transferências do trabalho, mas também dos restantes sectores do capital), determinando, em contrapartida, o aprofundamento das desigualdades, um persistente desemprego, o lento definhamento das economias desenvolvidas, o permanente enviesamento das políticas públicas em benefício próprio,...

A crise das dívidas acentuou de forma dramática este processo de transferência de recursos, o que explica o agravamento das políticas de desvalorização do trabalho que têm vindo a ser prosseguidas como forma de se compensar o sobrecusto absorvido pelo sector financeiro improdutivo. Perante o descalabro dos resultados económicos obtidos, porém, não pode deixar, aqui também, de se achar paradoxal a convicção dos economistas liberais na persistência das políticas que a tal conduziram. Mas, como sempre, será a realidade a encarregar-se de lhes corrigir o rumo – bem mais cedo do que se espera.

fotografia

não resisto a partilhar contigo :)
"A tarefa de viver é dura, mas fascinante."

________Ariano Suassuna

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um texto de Alice Coelho - a vida


  1. A vida conta-se de sonhos e fantasias, danças que ensaiamos escolhendo os pares que nos levantam e os que nos deixam sentados... Às vezes tangos, outras valsas...
    Às vezes os pés ficam cansados... O rodopiar provoca desacertos e as pisadelas lágrimas, que secamos em seguida... E a dança continua sem parar...
    Enquanto a música chegar aos ouvidos, enquanto deslizarmos pelo soalho, enquanto nos sentirmos levados pelo ritmo, dancemos!
    Mesmo que o desequilíbrio nos não convide ou as luzes - se houver luzes - se apagarem...

    AC __________ Alice Coelho.


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Margarida Piloto Garcia - Poema pouco sereno

  • Hoje
  • Margarida Piloto Garcia
    Poema pouco sereno
    Não há serenidade no meu olhar. Intrépidas são as buscas e eternos os porquês. Não esperes do meu corpo a mansidão das searas flutuantes porque ele tem pressas e tumultuosas vagas. Não busques em mim a paz contemplativa do fim dos tempos. Tenho rubras esperas a tingirem-me os lábios e abraços esfomeados agarrados a mim. Talvez um dia possas dizer que o meu corpo é uma casa da qual sabes os recantos, as esquinas e os lugares sagrados ou o ultimo reduto onde comes e dormes enquanto as estações dão a volta ao mundo. Mas não teças dialécticas sobre o que quero e sou e não enchas de balas o que apesar das palavras nocturnas e dos desejos camuflados ainda não é teu.


    Margarida hoje ao princípio da tarde.

Ana Wiesenberger blog quero trazer a poesia para a rua


http://querotrazerapoesiaparaarua.blogs.sapo.pt/494.html

Convite para uma visita ao meu blogue. Boa semana! Beijinho.



querotrazerapoesiaparaarua.blogs.sapo.pt
Quero trazer a poesia para a ruaVê-la descalça a pisarA terra e as pedrasSem medo de assumirA sujidade dos dias Quero poemas com cheiro e ruídoQue nos acompanhem pela casaSem pejo de ir à casa de banhoQuando é precisoQuero as palavras fumegantesDirectament...
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Quarta-feira, 05.09.12

Quero Trazer A Poesia Para A Rua

Alexandr Dolgikh

Quero trazer a poesia para a rua
Vê-la descalça a pisar
A terra e as pedras
Sem medo de assumir
A sujidade dos dias

Quero poemas com cheiro e ruído
Que nos acompanhem pela casa
Sem pejo de ir à casa de banho
Quando é preciso

Quero as palavras fumegantes
Directamente recebidas dos tachos e das panelas
Ao lume
Com sons do óleo a crepitar na frigideira
E do molho que o esquecimento
Já queimou

Quero as letras desossadas e indecisas
A agruparem-se umas com as outras
Num acaso feito de desperdício
No balde do lixo

Quero servi-las à mesa do desconforto
Do fim do dia
E regar-lhes o cansaço
Com bom vinho

Quero acariciá-las, já desfeitas
Na cinza do cinzeiro
E depois, levá-las para a cama do desejo
E transformá-las em almofadas fofas de sonhos

E quando acordar de noite,
Sobressaltada pelos pesadelos
Quero que elas me abracem
E me renovem
O sentir da realidade

E quando, o meu dia de partida,
Chegar
Amortalhem-me com folhas de dicionário
E abecedários lúdicos, desses que se compram
Para as crianças

Quero continuar a brincar com as palavras
No jardim do Além
E, talvez, eu até convença Deus
A tornar-se um poeta

Ana Wiesenberger (in Dias Incompletos)

http://querotrazerapoesiaparaarua.blogs.sapo.pt/494.html

Duck, o pato.


:)
Duck, o pato.
Caiu do ninho situado numa falesia no Tonel, ainda pequenito e de fraca plumagem ...
O nadador salvador "salvou-o" ... ele, The Duck o Pato, adoptou-o como papi 
Hoje é grandão, e imponente (apenas passou um mês desde o inicio desta aventura) e virou ... Pato Doméstico !!! Dá para acreditar??
Pois é amigos, apresento-vos mais um amigo:The Duck O Pato ....

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dandy, por Óscar T. Pérez



Óscar T. Pérez, il.