Viva a Vida !

Este blog destina-se aos meus amigos e conhecidos assim como aos visitantes que nele queiram colaborar..... «Olá, Diga Bom Dia com Alegria, Boa Tarde, sem Alarde, Boa Noite, sem Açoite ! E Viva a Vida, com Humor / Amor, Alegria e Fantasia» ! Ah ! E não esquecer alguns trocos para os gastos (Victor Nogueira) ..... «Nada do que é humano me é estranho» (Terêncio)....«Aprender, Aprender Sempre !» (Lenine)
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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Márcia Marques - É preciso pernoitar à beira mar

Maria Márcia Marques

É preciso pernoitar à beira mar, onde os navios flutuam no teu regaço e te fazem ficar nos rios dos teus sonhos....



sábado, 14 de setembro de 2013

Brecht - o elogio da dialéctica

Elogio da Dialética

A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante.
Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar:
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais".

Bertolt Brecht

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Alfredo Costa Pereira - “A ÚLTIMA ILUSÃO”

“A ÚLTIMA ILUSÃO”

Quando, ao aproximar-se o Outono, vejo as folhas a serem levadas pelo vento,
aquelas que ainda há pouco tempo se prendiam a troncos verdejantes, num portento,
penso e comparo a vida, a um tronco imenso ao qual se prendem as nossas ilusões!
E de um modo semelhante, o Outono da vida vai desprendendo as fantasias dos nossos corações!
E tal como um tronco sem folhas nos entristece, e nos faz sofrer ao vê-las rebolar pelo chão,
também assim é a nossa vida quando se desprende a última ilusão!

Alfredo Costa Pereira
Óleo sobre tela de Peder Mork Monsted.

Foto: “A ÚLTIMA ILUSÃO”
                                   
Quando, ao aproximar-se o Outono, vejo as folhas a serem levadas pelo vento,  
aquelas que ainda há pouco tempo se prendiam a troncos verdejantes, num portento, 
penso e comparo a vida, a um tronco imenso ao qual se prendem as nossas ilusões! 
E de um modo semelhante, o Outono da vida vai desprendendo as fantasias dos nossos corações! 
E tal como um tronco sem folhas nos entristece, e nos faz sofrer ao vê-las rebolar pelo chão, 
também assim é a nossa vida quando se desprende a última ilusão!

Alfredo Costa Pereira
Óleo sobre tela de Peder Mork Monsted.

sábado, 7 de setembro de 2013

Manuel António Pina - a poesia vai

A poesia vai

A poesia vai acabar, os poetas
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não
acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao
entrar numa repartição pública.
Um senhor míope atendia devagar
ao balcão; eu perguntei: «Que fez algum
poeta por este senhor?» E a pergunta
afligiu-me tanto por dentro e por
fora da cabeça que tive que voltar a ler
toda a poesia desde o princípio do mundo.
Uma pergunta numa cabeça.
- Como uma coroa de espinhos:
estão todos a ver onde o autor quer chegar? - 


(Manuel António Pina)

Manuel António Pina - O intruso

O intruso



Se me voltar fico
diante do meu rosto,
não suportarei
o meu puro olhar.
Quem me procurará
entre os homens?
Um intruso grita
dentro de mim, oiço-o no coração

como um irmão medonho
sonhando com a vida
por outro vivida
em mim, também em sonho.


(Manuel António Pina)

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

José Carlos Moutinho - SAÍDA DE LUANDA


Deixo-vos um pequeno trecho do livro que eventualmente, publicarei em breve. É prosa, dando continuidade ao meu muito sucinto, porém intenso livro anterior "Angola do Tejo ao Kwanza".

*******
SAÍDA DE LUANDA
..."A imagem que se deparava, sobre a cidade era de um estranho e magnifico encantamento. Os raios do sol que ia esmorecendo, na sua descida até à linha do horizonte, cintilavam como feixes de luzes artificiais, sobre a cidade. Na sua lânguida e simultaneamente vibrante vivência, Luanda, chegava ao fim de mais um dia de trabalho, neste entardecer cálido, de cores únicas.

O avião da VARIG que acabara de descolar, levando no seu interior Teresa, José e Carlos, descrevera meia volta sobre a cidade que se estendia lá em baixo, na agitada azáfama do final do dia e tomava agora o seu rumo sobre o mar, proporcionando um espetáculo de total deslumbramento, quando o reflexo do sol sobre o dorso do Atlântico, criou uma imagem de fascínio indizível. Era uma tela Divina, pintada pela graça artística da Natureza. 

A belíssima baía de Luanda, a Fortaleza de S. Miguel, a paradisíaca extensão de areia dourada das praias da ilha de Luanda, que brilhava com a luz solar, perdiam-se na distância. A cidade, que tantas alegrias tinha oferecido aos corações dos três passageiros daquele voo, ficava para trás. "

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Fernando Calado - ...quase poema...ou das cartas

de um amigo que gosta de escrever, para outro que também gosta de palavras....
...quase poema...ou das cartas

O correio chega sempre ao fim da tarde e já não ligamos à monotonia repetida das cartas que chegam…impostos para pagar…contas da água e da electricidade…o minguado extracto bancário que desgraçadamente minga e minga e minga em cada mês que passa neste saque vergonhoso aos parcos vencimentos…
…a caixa do correio é o lugar do desassossego e dos sustos…e em cada carta que chega ficamos mais pobres no anúncio de mais encargos…mais taxas e sobretaxas…tudo legal…ao abrigo do respeitável decreto-lei, da portaria, do despacho…coisas menores dum Estado para ricos que engordam descaradamente…em festa…com o sangue e o suor dos pobres que morrem paulatinamente às mãos dum capitalismo que perdeu o decoro e a vergonha.
…Maria da Fonte já se levanta da tumba morna e já se ouvem os clamores:

Eia avante, portugueses!
Eia avante, não temer!
Pela santa liberdade,
Pelejar até morrer!

…isto a propósito de todas as cartas do nosso desassossego!
Mas ontem, tu escreveste-me uma carta…como antigamente…em letra desenhada a caneta de tinta permanente…e o carteiro sorriu… e a tarde serenou… e a vida voltou a ser uma coisa muito bonita…e somos tão felizes!
…a carta vinha em meu nome…e trazia a tua direcção… e as roseiras milagrosamente floriram de novo na pressa de resistirem às agruras dum verão tórrido…as cegonhas voaram em voos largos na verdura do prado…o sapo do jardim…esse, não disse nada…é um sapo filósofo e pensador…a lareira acendeu-se…na promessa de Invernos amenos…e a esperança renasceu…como a água fresca da Ferradosa que nunca se cansa de alimentar as flores!...e o céu ficou mais azul na beleza das palavras da tua carta!
…espero que esta minha carta te vá encontrar bem!
Bom dia!
E a natureza toda sorriu…na inocência primitiva e urgente duma carta que nos diz uma coisa bonita, anunciando que os sonhos ainda resistem…à longa noite… do decreto-lei…da portaria e do despacho...
…felizmente a beleza das coisas simples da vida…o poema…resistem ao desassossego da Lei... ou talvez não… por decreto-lei… quem sabe…se um dia ainda lemos em todos os jornais…ouvimos em todas as televisões…que por Portaria: enquanto durar a o programa de assistência é proibido escrever cartas que alimentem a esperança… falar da banalidade das flores..dos rios…e das pontes…
O poema é uma arma…o poema é subversivo…
…Maria da Fonte não tarde…com uma carta na mão! 


sábado, 31 de agosto de 2013

Pela madrugada fora, com márcia

Maria Márcia Marques Pela madrugada fora, fiquei a escutar a tua voz, o silêncio do teu grito, entre fantasias e encruzilhadas, indo em busca de alento, de brisas de mar enfeitadas de flores e cheias de cuidados e atenções…

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Márcia Marques - inquietação


A inquietação é um balão
A soltar-se da minha mão,
Vagueando no espaço 
Da desilusão.
Resta a cor do teu coração...

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

a escrita de Márcia


Gostei de ver este sabor do olhar, também se olha com a alma e com o silêncio, em tardes cheias de fraquezas....
Vivendo entre o sol e a lua, dia e noite em sintonia, a afagar os amantes que ondulam como as papoilas entre as searas da vida....

Sou aquela que ao entardecer anda perdida, mas que gosta de olhar as estrelas e fugir em sonhos na cauda de uma estrela candente....

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

um poema de Urbano Tavares Rodrigues

A Primavera vem dançando
com os seus dedos de mistério e turquesa
Vem vestida de meio dia e vem valsando
entre os braços dum vento sem firmeza

Nu como a água o teu corpo quieto e ausente
Só este inquieto esvoaçar do teu sorriso
Loiro o rosto o olhar não sei se mente
se de tão negro e parado é um aviso
do destino que me fixa finalmente

Ai, a Primavera vai passando
com os seus dedos de mistério e de turquesa
Segue Primavera vai cantando
Que será do nosso amor nesta praia de incerteza

Urbano Tavares Rodrigues