Viva a Vida !

Este blog destina-se aos meus amigos e conhecidos assim como aos visitantes que nele queiram colaborar..... «Olá, Diga Bom Dia com Alegria, Boa Tarde, sem Alarde, Boa Noite, sem Açoite ! E Viva a Vida, com Humor / Amor, Alegria e Fantasia» ! Ah ! E não esquecer alguns trocos para os gastos (Victor Nogueira) ..... «Nada do que é humano me é estranho» (Terêncio)....«Aprender, Aprender Sempre !» (Lenine)
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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Ana Porfírio - Talvez cartas de amor - o princípio


r Ana Porfirio a Quinta-feira, 21 de Junho de 2012 às 15:29 ·


Não sei como não te vi antes, como falei contigo horas a fio sem perceber que o som da tua voz é firme e seguro e que sussurrado aos ouvidos é como uma música secreta, não sei as vezes que te olhei nos olhos sem nunca ver que tem tons diferentes quando sorris, quando está sol, quando o dia se turva, cores como cascas de árvores, com mais ou menos folhagens verdes reflectidas, tons de mel quente na doçura em que por vezes me olhas, como nunca percebi que o teu franzir de testa é engraçado, como os gestos quando falas de coisas que te entusiasmam, não sei como no fundo te vi sem nunca te ver o que vejo hoje, a suavidade secreta da pele, o calor do teu sorriso, a forma como me tocas, quase como se eu fosse um instrumento musical, que fazes vibrar em tons graves ou agudos, não sei como nunca percebi que acertamos o passo, da mesma forma que acertamos os gestos, as opiniões, os lábios e os abraços, como nunca vi que era a curva do teu peito o local ideal para apoiar a minha cabeça, não sei como escondeste o teu sabor secreto e salgado, não sei como nunca percebi que dentro de ti estavas tu e que agora te vejo com clarividência das cegueiras inevitáveis.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A magia aplicada ao dia a dia por Ana Porfirio

 a Domingo, 27 de Fevereiro de 2011 às 18:53
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Raramente nos damos conta mas usamos permanentemente magia, em pequenos contam-nos aquelas histórias fabulosas de sapos que se transformam em pessoas ou de cisnes que são pessoas, de mal que é sempre arrasado por o bem, de mulheres com cauda de peixe, de fadas madrinhas que aparecem a meninas injustiçadas e com um pauzinho mágico resolvem tudo, guarda-roupa, adereços, cabeleireiro, veiculo, é claro que aquilo tem sempre em anexo uma condição parva ou um horário vitoriano, mas como os maus acabam sempre castigados resolve-se tudo, sem espinhas. Depois afinal acham que para crescermos nos tem de retirar todas essas ilusões, afinal os maus ganham muitas vezes, quase sempre, os bons não são assim totalmente bons, porque se o fossem eram só estúpidos, parece que apesar dos boatos não existem sereias, roubam-nos assim a magia quase como um rito de passagem.
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Depois com idade descobrimos outras magias, muitas, alguns de nós por exemplo tem o estranho dom da generosidade e da multiplicação, não é que tenham muito, mas repartem o que é seu, seja dinheiro, comida ou simplesmente atenção e carinho por quem os rodeia, usam algumas palavras mágicas que parecem palavras banais, mas são mágicas, há quem consiga transformar afecto e carinho em coisas diversas: comida, pinturas, músicas, imagens, poemas, é uma forma de amar, não parece mas é, nada fácil, na maior parte dos casos tem de se nascer com aquela magia  dentro de nós, há ainda quem consiga espalhar alegria em seu redor, há quem seja uma espécie de paladino lutador contra todas as injustiças, há quem tenha o dom de ver sempre o lado positivo da vida, e é claro também há os praticantes de más magias que fazem isto tudo ao contrário, há ainda magias colectivas, a magia da amizade, da cumplicidade, dos amores diversos e dos amores incondicionais, sendo que os incondicionais são quase viscerais e nascem com os nossos filhos, quanto ao outro amor ainda não me consegui decidir, sei que é uma magia, mas tanto pode ser uma forma de amizade ou pelo contrário ser a amizade outra forma de amor o que interessa é que existem assim mágicos entre nós, estrelas guias no nosso dia a dia…


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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Crónica de um domingo Passional por Ana Porfirio

 a Domingo, 20 de Fevereiro de 2011 às 15:46
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Os domingos são assim, acordo exactamente à hora exacta como se não fosse este o dia de descanso, mas como é domingo fico enroscada na cama, pego no livro e leio, leio até me doerem as costas, porque o meu corpo não está habituado a tanta hora de repouso, como é dia de descanso, como as torradas com calma, o sumo de laranja com prazer, com o café uma torrada com geleia, luxo de manhãs sem contra relógio, estendo e apanho roupa, dobro roupa, apresso-me a aproveitar o sol, encho as cordas, lençóis, toalhas de banho, soutiens, camisolas, tudo preso por molas coloridas, salgo o tamboril, tempero o frango, aos domingos saem comeres a prazer dos convivas, retiro do congelador algo mais para o jantar, vejo que faltam ovos depois de bater os existentes, com açúcar, chocolate, manteiga e colocar no forno, assim em dois andares, o bolo de chocolate que gostam, a bola de carnes que servirá de complemento em fatias macias com pedaços de fiambre, presunto, chouriço, coloco os pratos na mesa, pico os coentros, acaba o almoço, dois dedos de conversa, o cheiro da lixívia, porque aquela parede tem vindo a acumular humidade e tem de se limpar, aproveitando os dias de ócio, na escada das traseiras partilho um café e um cigarro, com a amiga de sempre que ao domingo almoça no andar ao lado, primeiro era uma forma da sogra a aliviar do stress semanal, agora é ela que vem orientar as coisas face ao stress da doença que faz a sogra não reconhecer os familiar ou não saber onde está a batedeira, trocamos mais uma conversa, as semanas correm rápidas e sem tempo,  sento-me um pouco, antes de pegar no resto das tarefas, falta passar a ferro, dobrar a montanha peúgas, tentar ainda que o máximo de roupa enxugue, amassar o rolo de carne, cozer grelos, talvez fazer uma sopa, adiantar aquele relatório que tem de ficar pronto amanhã, são assim os meus domingos passionais, dias de ócio de uma mulher que trauteia enquanto passa a ferro e que enche os espaços que consegue com pedaços de sonho.
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Memória Olfactiva por Ana Porfirio

a Domingo, 6 de Fevereiro de 2011 às 19:42
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As coisas boas cheiram bem!
O medo cheira a podre, a morte cheira a frio, a solidão cheira a bafio e sacristia.
A amizade cheira a pão fresco, limões, terra molhada.
Os encontros de amigos cheiram a cedro, alfazema, rosmaninho, tangerinas, figos maduros.
Os filhos cheiram a leite, a sonhos, a fruta a começar a amadurecer, ainda

com toque floral.
A infância, a irmandade, cheira a bolos e biscoitos no forno, a ervilhas de cheiro, a travessuras, a canela e a compota.

O amor cheira a mar, a chocolate, a sândalo....

(Junho/2009)
foto de Yoko Minemura
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Pecado da Inveja por Ana Porfirio

 a Segunda-feira, 8 de Novembro de 2010 às 16:43
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Tenho inveja sim!
Tenho inveja do voo dos pássaros, tenho inveja de não ter aquelas vozes macias que cantam jazz pela noite dentro, de saber o que fazer com um violoncelo sem ser olhar para ele e suspirar com o seu som, tenho inveja, sim!
Tenho inveja dos sonos tranquilos, tenho inveja sim!


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Victor Nogueira Olá Ana, da foto meio despida ou meio vestida :-) A imaginação ao poder, de quem quer projectar o corpo escondido ou a veste que o cobrirá ? Mas .... Não tenhas inveja / Sê mui benfazeja / Espanta a tristeza / Voa com leveza ... com os beijos do Kant_O
há 4 minutos · 
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Victor Nogueira Em tempo
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Bolero de Ravel a 8 mãos e 1 violoncelo
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Autor: mmfioc

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Ana Porfirio Eu tento voar Victor.
há cerca de um minuto · Não gostoGosto · 1 pessoaA carregar...
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Victor Nogueira Não tentes, voa, mas não te aproximes demasiado do sol a não ser que saibas nadar e leves um para-quedas :-)
há 2 segundos
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Nem sei se te lembras por Ana Porfirio

a Segunda-feira, 1 de Novembro de 2010 às 12:37
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Não sei se te lembras, foi num dia de sol, de certeza que foi, mesmo que o sol não estivesse a brilhar deve ter brilhado um bocadinho, nem que fosse só para nós, mas não sei se te lembras, eu não me lembro da data, nem do mês, lembro-me que era daqueles dias em que achamos que somos capazes de quase tudo, que se quisermos voamos, conquistamos o mundo ou descobrimos qualquer coisa especial, não me lembro do que vestia, se um vestido leve ou um camisolão de malha, sei que vestias qualquer coisa clara, não me lembro se era campo, ou uma esplanada no meio da cidade, não me lembro se as folhas caiam ou se as flores desabrochavam, lembro que uma gaivota a pairar com um ar tranquilo, não me lembro se tinha o cabelo longo ou se calhou naquelas alturas em que o cortava curtinho, nem me lembro se havia música de fundo se não de certeza que ouvimos alguma, lembro-me de olhar para um carreiro de formigas, lembro que te sorri sem motivo aparente e tu devolveste o sorriso, lembro-me de apesar de ter visto outras vezes foi ali que te vi, nem sei se te lembras.

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Victor Nogueira Como sempre, gosto do que escreves e como escreves. E da pessoa que grava estes sinaizinhos, carreiros de formigas, que são as palavras e a escrita :-)
há 7 minutos
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Victor Nogueira E grato por te me dares a conhecer, apesar do meu olvido de ti mas não tu de mim :-)
há alguns segundos
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Como sempre, gosto do que escreves e como escreves. E da pessoa que grava estes sinaizinhos, carreiros de formigas, que são as palavras e a escrita :-)
há 3 horas · 
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sábado, 30 de outubro de 2010

Maçãs, canela e a lei de Lavoisier por Ana Porfirio

a Sábado, 30 de Outubro de 2010 às 19:26
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Os dias de Outono chuvosos são assim, alguma coisa se ganha, a chuva faz falta, pois claro por muito que seja adoradora do sol não sou parva de todo e sei que faz falta, talvez também faça falta este conforto de estar em casa e parar um pouco, depois da espécie de corrida de estafetas que são os sábados de manhã, compras. Fruta, batatas, fiambre, pão, não gosto destas alfaces, queria miolo de noz e não há, batatas doces (fundamental nos Outonos), maçãs, o Outono também é o festim das maçãs, compras no carro, próxima etapa farmácia, uma chamada telefónica irresistível, vencemos os burocratas, é impossível não celebrar assim com palavras de amizade e contentamento pelos meninos, outra etapa, peixe, os tamboris feios mas saborosos estão rasgados na bancada com o fígado rosado á vista, não resisto, sim “Com o fígado por favor!”, do outro lado do telefone a parceira de muitas batalhas diz “Que horror Ana, o fígado!”, mas ela sabe que gosto, como não gosto de favas, falta ainda outra etapa depois de comprar o jornal de hoje que só vou ler talvez amanhã, dar colo á mãe, levar umas coisas trazer outras, um bocadinho de atenção, carregar as compras, arrumar, fiambre, azeite, peixe, descascar legumes para cozer, reservar parte do tamboril e o respectivo fígado para um arroz, deixar dois vasos de gerânios, vermelhos escuros e amarelos, para plantar depois, comer o peixe cozido, a travessa fica quase como um quadro, o peixe branco, a batata amarela, a cenoura laranja, os brócolos verdes, rodeados de azeite e sumo de limão.
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Arrumo coisas, estaciono no sofá, mais um momento de preguiça, vou ao computador abro mensagens, respondo, delicio-me com a nova descoberta musical, apaixonei-me por aquele tocar de piano, recebo o meu sobrinhito, vem feliz, enquanto converso descasco maçãs, daquelas de supermercado, sem cheiro, não amadurecem, envelhecem dentro da sua casca, coisa mais triste, murchar por dentro, eu cá não gostava, então lembro-me do Lavoisier, nada se perde tudo se transforma, a Professora Gabriela a explicar, aplico a lei às maçãs, transformo-as com açúcar e canela numa tarte, o açúcar e canela deve de ser o par mais bem sucedido na história do palato, dois sabores quentes que me sabem bem sempre, talvez porque saibam amadurecer sem envelhecer.
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Troco considerandos culinários e musicais neste espaço, acabo por prometer um chá de jasmim com tarte, a quem me fala de George Brassens, penso que aquelas maçãs apesar de maltratadas não foram colhidas em vão, porque no amor, na música, na amizade e no resto aplica-se o Lavoisier, nada se perde tudo se transforma.



sexta-feira, 15 de outubro de 2010

N'A Rua, já !






Helena Vieira da Silva

Ana Porfirio A verdade é que as noticias magoaram-me em recantos escondidos, começo a sentir-me cansada, nada desculpa este estado de dormência colectiva, nem os 48 anos de ditadura, nem o ensino descaracterizado. As pessoas não sabem porque não querem saber, não lutam porque não querem. Porque enquanto vivermos todos em órbita do nosso umbigo não saímos do mesmíssimo sitio.

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Victor Nogueira Pois ! A solução está na ... Rua. Trabalhadores na Rua pondo na Rua os Patrões e seus serventuários. Os trabalhadores passam bem sem patrões e seus capatazes, estes é precisam daqueles para o chá das cinco e o uísque das cinco da madrugada, hora a que muitos pegam na canga !
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 Taís Jardim - Clique na imagem para ler - 
http://www.thaisjardim.blogger.com.br/2005_10_01_archive.html
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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cumplicidades por Ana Porfirio

a Terça-feira, 12 de Outubro de 2010 às 16:40

Muitas vezes acho que a parte maior do amor, dos vários amores aliás, do amor simples e directo pelo outro, nosso contrário e igual em simultâneo, do amor entre pais e filhos, entre outros familiares e entre amigos, porque sim, a amizade é uma forma de amor, não sobrevive sem cumplicidades…

Cumplicidades várias, aquela asneira partilhada na infância, aquele sussurro só nosso aflorado ao ouvido, aquele dia em nos ensinaram a nadar ou a dançar a valsa, aquele concerto que se viu juntos e emocionados, aquele momento mágico em que se reconhece no amigo uma parte de nós também…Por isso amiúde vem aquela frase dos “Lembras-te…” entre amigos recentes as coisas pautam-se de outra forma, reconhecem-se gostos comuns para assim encher a nossa bolsa de cumplicidades…

A frase “Eu também!” abre quase de imediato um sorriso cúmplice.È a essa faculdade fantástica de criar laços emocionais claro, intelectuais obvio, que eu chamo cumplicidade.É também dessas cumplicidades que tento, também, encher os meus dias!

E sabe tão bem!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um texto de Ana Porfírio



Ana Porfirio Ando meio despida, não sei onde coloquei a agenda. è assim azul esverdeada e está cheia de papeis lá dentro, faltam-lhe folhas, mas faz-me falta..
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Victor Nogueira Gosto do que escreves e como escreves. Só que desta vez o vento levou algumas folhas e fiquei com falhas, sem poder ter tido todas as linhas por ti cerzidas :-) Bjo do Kant_O
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domingo, 10 de outubro de 2010

Ainda o sexo e sinceridade ou um monte de pensanentos avulsos por Ana Porfirio

a Domingo, 10 de Outubro de 2010 às 13:00

O sexo tem algo de recreativo, não só mas também, muitas vezes serve de escape, de desporto, de mecanismo de subida do ego, de aprendizagem.

Às meninas, pelo menos quando eu era menina, falavam pouco sobre o assunto apenas nos massacravam com a ideia de não irmos na canção do bandido, de sermos recatadas, etc e tal. Tal situação dava para muitos equívocos principalmente não sabermos muito bem o funcionamento da “coisa”, eu e uma amiga, na puberdade, descobrimos escondido atrás do bar do pai dela o famoso Kama Sutra, todos os dias estudávamos um pouco, daí até chegarmos á conclusão de que se fosse necessária a prática do sexo oral para ser mãe, morreríamos puras e virgens, santa ingenuidade!

Mas depressa percebemos que não era assim embora tivéssemos um desfasamento grande dos rapazes da nossa idade, quando nós sonhávamos com Príncipe Encantado eles sonhavam com uma bicicleta, quando fazíamos pose em biquíni para os desportistas com modelo de nadador salvador eles começavam a perceber que o nosso corpo tinha mudado, quando se interessavam por nós, nós estávamos definitivamente interessadas no rebelde, que dizia poemas ou tocava guitarra ou que tinha aquele cabelo diferente, nessa altura eles tentavam timidamente cantar-nos loas com uma voz que passava do grave adulto para o falsete, atraiçoando-os vergonhosamente, tinham borbulhas e o nariz grande demais, ou as pernas, ou os braços, existia sempre uma parte do seu corpo maior que as outras, coitados….

Depois os homens tem o estranho hábito de fazer uma publicidade alarve das suas capacidades sexuais, desconfio que muitas vezes essa é publicidade enganosa, tem também a atitude glutona de “mais olhos que barriga”, claro que não são todos, felizmente, nós cá também olhamos, avaliamos, fazemos é menos folclore e eles nunca percebem que se safa melhor o homem com ar de menino perdido, que aparente não pede nada, do que aquele que parte logo a dizer alarvices.

A verdade é que sinceramente acho que eles e elas procuram o mesmo com motores de busca diferentes, de vez em quando há um que é compatível e a verdade é que sexo e amor são coisas diferentes mas quando conjugadas são tão formidáveis como maçã e canela, sabem muito melhor.



sábado, 9 de outubro de 2010

O Pecado da Lúxuria por Ana Porfirio

a Sexta-feira, 8 de Outubro de 2010 às 19:08



Toca-me assim, primeiro devagar, como uma brincadeira,

um reconhecimento,

o toque da pele, sedoso ou mesmo áspero,

de dois corpos que se apresentam ou reconhecem.

Toca-me assim, devagar,

ao de leve,

deixa crescer assim a vertigem a ansiedade.

Toma-me assim com as mãos, com os lábios.

Deixa-me tocar-te assim também,

com calma, firmeza, hesitações,

com força, com medo, com ansiedade,

com fome.

Deixa crescer essa vontade.

Pára!

Recomeça, deixa entrelaçar braços, pernas, dedos.

Sente o meu cheiro em ti, eu sinto o teu em mim.

Não chega, queremos mais, mais tempo, mais rápido, mais lento.

Olha para mim, sussurra-me ao ouvido,

toca-me devagar com os dentes,

como se mordesses um fruto.

Deixa acabar a vertigem.

Toca-me outra vez, com a calma e ânsia da fome voraz, saciada!
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sábado, 2 de outubro de 2010

Ana e os morangos !

Fotos de Ana Porfirio - Fotos do Mural

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Os morangos guardam o sabor do sol, nascem rasteirinhos, não em árvores frondosas, são coisas que germinando quase como erva daninha, quase insignificantes, quase frágeis, afinal não, são persistentes, conseguem guardar a acidez da terra, o doce do sol, um coração macio, sumarento, sobre uma pele estranhamente resistente e granulosa. Deve ser por isso que são tão bons, são cheios de vida!
Adicionado há 1 hora · 
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Victor Nogueira Gosto muito de morangos, apesar de serem eróticos :-P
há cerca de uma hora ·
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Ana Porfirio Gostas apesar, porque, preferias que não fossem? Basicamente tudo pode ser ou não erótico, se a pessoa estiver virada para o erotismo, até uma côdea de pão seco pode ser erótica se não se estiver para esse lado nem champanhe, ostras ou seja lá o que for
há cerca de uma hora ·
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Victor Nogueira LOL. Gosto mas não por ser erótico. Mas erótico só o "pão" das Caldas :-)
há cerca de uma hora 
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Ana Porfirio Isso não é erótico é mesmo porno
há cerca de uma hora ·
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Victor Nogueira Não me exprimi bem. Comemos o pão que o diabo amassou e esse nada tem de erótico, mesmo que vendido em hipermercados ou em carrinhas à esquina. Bem, em Luanda os papo-secos ou carcaças tinham dois pequenos seios nas pontas, que era a primeira parte do pão a ser trincada pela miudagem!
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Victor Nogueira Também há esculturas das Caldas, modernas, que não são porno mas dum humor delicado embora erótico, duas das quais figuram na minha pequena colecção de artesanato.
há 2 segundos ·
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domingo, 26 de setembro de 2010

Pela janela ...

Ana Porfirio
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Pela janela consegue-se ver um pedaço de céu, um céu azul anil, cheio de nuvens brancas de aspecto fofo, como devem de ter os fardos de algodão. Não consigo ver da janela mas adivinho a luz do final de tarde reflectida na maré-cheia do rio, consigo ouvir o apito dos barcos e comboios, sinal que vai chover. A esta hora não soam telefones e pode-se trabalhar em paz quase sem interrupções apesar de dar conta de cansaço acumulado, da tensão que me acompanhou estes últimos dias, de uma lassidão no corpo que me faz pensar apenas em recostar-me numa almofada num sofá, na cama, sem pensar em muito mais, talvez olhar para a janela e ver o céu, num resto azul anil, cheio de nuvens a reflectir a última luz sobre a maré cheia.
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