Viva a Vida !

Este blog destina-se aos meus amigos e conhecidos assim como aos visitantes que nele queiram colaborar..... «Olá, Diga Bom Dia com Alegria, Boa Tarde, sem Alarde, Boa Noite, sem Açoite ! E Viva a Vida, com Humor / Amor, Alegria e Fantasia» ! Ah ! E não esquecer alguns trocos para os gastos (Victor Nogueira) ..... «Nada do que é humano me é estranho» (Terêncio)....«Aprender, Aprender Sempre !» (Lenine)
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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

carlos rodrigues - sonho perto


                                                                 “ SONHO PERTO “              

                                                     Quando o sol caiu no corpo da bruma
                                                     E esta se abriu e enroscou no olhar,
                                                     Teu corpo surgiu, de um alvor de espumas
                                                     E uma luz de cristal acendeu o luar,

                                                     Tua boca acesa, teus olhos p’ramar,
                                                     Acordaram o sonho das conchas,
                                                     E  me fizeste saber que o Amor,
                                                     Tinha o sabor das ostras vivas, frescas,

                                                     Ora de lembrar me arrisco p’las rochas,
                                                     Onde te vi pousar sob a Lua-Cheia,
                                                     Fruto do mar, salgado nas coxas,

                                                    O sangue na guelra pulsando nas veias,
                                                    Teus seios suma-a-uma, minha Sereia,
                                                    Hoje são almofadas … p’ra sempre que queiras.

                                                    Carlos A.N. Rodrigues, 28 / 11 / 2014

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

maria joão de sousa - acreditar


XXVIII JOGOS FLORAIS - AURPICAS 2014

(Soneto não premiado)

ACREDITAR

Em que acreditas tu, que não te ergueste
Assim que as labaredas te assolaram
E nelas te lançaste e te perdeste
No mar de fogo que outros te atearam?

E porque não crerás, se assim colheste
O muito que os demais lá semearam,
Na terra e no folhelho em que acendeste
O lume em que essas chamas te queimaram?

Terás, ao menos, visto que sobraram,
Dos sonhos que sonhaste e não viveste,
Sementes, que as fagulhas nem tocaram

Na raiz desse tanto que escondeste,
Inteiras, porque a terra perfuraram,
Que brotaram de ti, quando em ti creste?


Maria da Vírgula (pseudónimo)


Maria João Brito de Sousa


  • Victor Barroso Nogueira um soneto ao jeito de 

    eugénio de andrade / as mãos

  • Que tristeza tao inútil essas mãos
    que nem sequer são flores
    que se dêem:
    abertas são apenas abandono,
    fechadas são pálpebras imensas
    carregadas de sono.
    Pela noite adiante, com a morte na algibeira,
    cada homem procura um rio para dormir,
    e com os pés na lua ou num grão de areia
    enrola-se no sono que lhe quer fugir.
    Cada sonho morre às mãos doutro sonho.
    Dez-reis de amor foram gastos a esperar.
    O céu que nos promete um anjo bêbado
    é um colchão sujo num quinto andar.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

maria joão de sousa - DA NECESSIDADE DAS PALAVRAS RIMADAS




DA NECESSIDADE DAS PALAVRAS RIMADAS

(Soneto em decassílabo heróico)

Não fui eu, camarada, não fui eu!
Foi esta profusão de letras soltas
Que chegou até mim, que deu mil voltas
E, sem que eu saiba como... aconteceu!

Ou foi deste vazio que em mim cresceu,
Que nasceram, sem pai, nem berço ou escoltas,
E se acenderam, tal como as revoltas,
Negando a própria mãe que as concebeu...

Se, num dado momento, me acontecem,
E como os fios da estopa se entretecem
Sem precisão de engenho e fuso ou roca,

São justas, nunca pedem nada em troca,
Precisas, como pão que me encha a boca,
Tão úteis quanto as mãos que a vós se of`recem...


Maria João Brito de Sousa – 24.11.2014 – 13.27h
 



sábado, 15 de novembro de 2014

maria joão de sousa - janelas (in memoriam de José Casanova)

*


JANELAS

Ressoam mil palavras que iluminam
Silêncios das janelas apagadas
Que vão mostrando, ainda que caladas,
O tanto que as vidraças nos ensinam

E, sempre que as janelas nos dominam,
Ficam, dentro de nós, perpetuadas,
Palavras – tantas mil! - das que, adiadas,
Não puderam ser ditas, mas fascinam

Como coisas antigas, revividas,
Que, assim que vislumbradas, decididas,
Repetem, sem falhar; - Nós ficaremos!

Janelas, quais palavras repetidas,
Que doem, mas jamais serão traídas,
Abertas sobre quem não mais veremos...

Maria João Brito de Sousa – 15.11.2014 – 23.22h

Ao Zé Casanova.

Ao Zé, in memoriam
 

carlos rodrigues .- " SONETO PARA INQUISIDORES E OUTRAS AVES DE RAPINA "



                    “  SONETO PARA  INQUISIDORES  E OUTRAS AVES DE RAPINA “

                                          Ó raiva silenciosa que nos julgas,
                                          Ó entremez das leituras impotentes,
                                          Ainda se fosses capaz, por um instante,
                                          De saíres da cava onde te ocultas,

                                          Deixava-te um sinal de luz nas nalgas,
                                          Que com a força das letras de um sinete,
                                          Te certificasse o vazio da mente,
                                          Com uma bela escultura das Caldas.

                                           Não tomes por agressão este soneto,
                                           Pior é apagares aquilo que escrevo,
                                           Por má catadura ou apenas medo

                                           De que a escrita te penetre, lentamente,
                                           E te exponha a cobardia do que intentas,
                                           Ao julgares,  p’lo espelho, toda a gente.

                                           Carlos A.N. Rodrigues, 29 / 11 / 2014



  • Victor Barroso Nogueira um soneto enigmático embora a leitura dos comentários do Carlos Rodrigues lhe tenha dado outra luz que não a que eu pensara em resultadoi da enxurrada deste outonal entre as águas de novembro e dezembro a caminho dos sapatinhos e das botinhas de natal

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

maria joão de sousa - CIDADE SEM SENTIDO(S)

Maria João de Sousa


Se a Cidade contasse os segredos
Das janelas fechadas dos dias
Quantos rostos e mãos não verias
Nas cortinas já gastas dos medos,
Quantos corpos em estranhos folguedos,
Quantas camas desfeitas, já frias,
Quantas mesas de pinho vazias
De uns pedaços de pão, mesmo azêdos?
Se a Cidade pudesse falar
E se erguida do chão, a gritar,
Rebentasse em protesto incontido
Levantando o seu punho no ar...
[... ah, Cidade que eu tento inventar,
nem eu própria sei dar-te um sentido!]


Maria João Brito de Sousa - 05.10.2011 - 15.03h

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

maria joão de sousa - QUANDO O LUAR BEIJA A PLANURA


Gustav Klimt - O Beijo


XXII JOGOSFLORAIS DE OUTONO – MONFORTE, 2014

SONETO


QUANDO O LUAR BEIJA A PLANURA




Lançado o véu de prata, o suave manto
Com que este chão se cobre ao sol poente,
Cada palmo de mundo,à nossa frente,
Ganha ideada forma ou traz quebranto,

Porquanto delineia,em cada canto,
Um halo indefinível,mas dif`rente
Que, por igual,cobrindo coisa e gente,
Sobre todos lançou profundo encanto;

Gerada a mutação,dá-se a magia
Impondo uma visão que, com mestria,
Me deixa embriagada de ternura,

Mas tudo se extrapola e... quanto via
Era o luar beijando,ao fim do dia,
O desnudado corpo da planura...



Ana Fauna Flora (pseudónimo)


Maria João Brito de Sousa

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Maria João de Sousa - Laranjas


* Maria João de Sousa


LARANJAS

Venho trazer-te oitavas de laranja,
Dizer-te boa noite e bom descanso,
Desejar-te, sincera, um sono manso
Enquanto aqui vou estando a pão e canja...

Hoje venho deixar-te o verbo em franja
Na fronte de um poema onde eu balanço
E oferecer-te, nisto, o mais que alcanço,
Porque além deste “mais”, nada se arranja...

Para ti escrevo agora, só sentindo,
Adivinhando, quase, ou permitindo
A mutação do gesto em sombra alada

Que faço esvoaçar, reconstruindo
Palavras que disseste e fui fruindo
Até darem laranjas, camarada...

Maria João Brito de Sousa – 05.11.2014- 21.39h
 — 

domingo, 25 de agosto de 2013

Blog Pakenasutopias


Victor Nogueira partilhou uma ligação
.
pekenasutopias
Um blog sobre soneto clássico... e não só...

http://pekenasutopias.blogspot.pt/






pekenasutopias.blogspot.pt

EU, QUERO PAZ no Planeta TERRA. E tu ???





EU, QUERO PAZ no Planeta TERRA. E tu ???

Blogue: SER(es) LIVRE(s), de LIBERDADE e ANTI-CORRUPÇÃO: http://jose-pires-um-ser-livre.blogspot.pt/

"SEMPRE PELA DIGNIDADE e VALORES DO SER HUMANO !"

Vídeo “QUEREMOS PAZ”: http://youtu.be/oDNiXETB_JI...................................................................................................................................................
 

  • Victor Nogueira grato, José Pires ----deixo-te um soneto antigo, de minha autoria, com um abraço ----- 

    É a guerra o monstro que ceifa a vida
    Ruína as casas, viola a criança;
    Velhos, novos, não fogem à matança,
    No campo a seara é já perdida.

    O fogo e a peste, em grande corrida,
    Afastam do burgo a bela festança;
    O mal, a vida e natureza alcança.
    Só dos loucos pode ela ser querida.

    Homens, mulheres, crianças, lutam
    Por outro mundo novo construir;
    Cantam rouxinóis, bem alto voam águias.

    Na verde planura os cordeiros vivam;
    Na festa, na eira, todos a bailar,
    P’la paz lutando, sem demagogias.

    Victor José Diogo Nogueira