Viva a Vida !
Este blog destina-se aos meus amigos e conhecidos assim como aos visitantes que nele queiram colaborar..... «Olá, Diga Bom Dia com Alegria, Boa Tarde, sem Alarde, Boa Noite, sem Açoite ! E Viva a Vida, com Humor / Amor, Alegria e Fantasia» ! Ah ! E não esquecer alguns trocos para os gastos (Victor Nogueira) ..... «Nada do que é humano me é estranho» (Terêncio)....«Aprender, Aprender Sempre !» (Lenine)
domingo, 30 de novembro de 2014
carlos rodrigues - o tempo e a alma
Carlos Rodrigues escreveu uma nota nova: " O TEMPO E A ALMA ".
Viver interessa mais que ter vivido; e a vida só é vida real quando sentimos fora de nós alguma coisa de diferente.
O TEMPO E A ALMA
Há dias em que só tenho desinspirações, ao contrário do que se possa pensar respiro melhor quando não penso. A terra transpira imprevistos por todos os poros, na periferia as ruas exibem ainda estertores lamacentos, mas no Centro os Jardins Públicos exultam de alegria quando ninguém se atreve a sair à chuva. As flores, essas, acolhem bem as lágrimas do céu, mas odeiam os gatos que prevêem o mau tempo com miadelas soturnas, lhes metem a unha no caule e lhes mictam nas folhas. Amanhã hei de pensar nisto. Por enquanto, meu santo, usarei as tuas palavras para encabeçar a brancura do papel, mas só me vêm à cabeça guerras lamacentas vazias de sentido e enxurradas criminosas, com todo o respeito que tenho por ti, tudo menos engolir as Cruzadas do Quinto Império, que me arranham a mente e me revolvem o estômago como o horror que tenho aos Hamburgos, às salsichas de Viena e a todos os cachorros imperialistas, antes a coragem do pão com azeitonas do que Dom Sebastião outra vez. Mas é Natal e deixa-me reconstituir a humildade do Presépio e da Família Sagrada à minha maneira.
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sexta-feira, 28 de novembro de 2014
carlos rodrigues - sonho perto
“ SONHO PERTO “
Quando o sol caiu no corpo da bruma
E esta se abriu e enroscou no olhar,
Teu corpo surgiu, de um alvor de espumas
E uma luz de cristal acendeu o luar,
Tua boca acesa, teus olhos p’ramar,
Acordaram o sonho das conchas,
E me fizeste saber que o Amor,
Tinha o sabor das ostras vivas, frescas,
Ora de lembrar me arrisco p’las rochas,
Onde te vi pousar sob a Lua-Cheia,
Fruto do mar, salgado nas coxas,
O sangue na guelra pulsando nas veias,
Teus seios suma-a-uma, minha Sereia,
Hoje são almofadas … p’ra sempre que queiras.
Carlos A.N. Rodrigues, 28 / 11 / 2014
Quando o sol caiu no corpo da bruma
E esta se abriu e enroscou no olhar,
Teu corpo surgiu, de um alvor de espumas
E uma luz de cristal acendeu o luar,
Tua boca acesa, teus olhos p’ramar,
Acordaram o sonho das conchas,
E me fizeste saber que o Amor,
Tinha o sabor das ostras vivas, frescas,
Ora de lembrar me arrisco p’las rochas,
Onde te vi pousar sob a Lua-Cheia,
Fruto do mar, salgado nas coxas,
O sangue na guelra pulsando nas veias,
Teus seios suma-a-uma, minha Sereia,
Hoje são almofadas … p’ra sempre que queiras.
Carlos A.N. Rodrigues, 28 / 11 / 2014
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quarta-feira, 26 de novembro de 2014
sílvia mendonça - EM MEIO À BRUMA DO PESADELO
EM MEIO À BRUMA DO PESADELO
Por Silvia Mendonça.
Em meio à bruma do pesadelo
o terror chega,
clandestino.
E invade a
fronteira dos instantes,
cavando abismos imensos,
de escuridão.
Implacável,
monta guarda
ao porão da noite
ao absurdo dos gestos
ao balbucio das palavras.
sem nexo]
Caio, membros atados,
fatal mortalha,
no precipício do esquecimento.
E desapareço,
mente rota,
em meio à bruma do pesadelo
[03/08/2007]
[Foto: Willian Henrinch]
Por Silvia Mendonça.
Em meio à bruma do pesadelo
o terror chega,
clandestino.
E invade a
fronteira dos instantes,
cavando abismos imensos,
de escuridão.
Implacável,
monta guarda
ao porão da noite
ao absurdo dos gestos
ao balbucio das palavras.
sem nexo]
Caio, membros atados,
fatal mortalha,
no precipício do esquecimento.
E desapareço,
mente rota,
em meio à bruma do pesadelo
[03/08/2007]
[Foto: Willian Henrinch]
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Sílvia Mendonça
sílvia mendonça - DEPRESSÃO NÃO É FRESCURA
DEPRESSÃO NÃO É FRESCURA
Por Silvia Mendonça.
Por Silvia Mendonça.
Hoje não dormi. A insônia tem se tornado uma companhia constante - às vezes, agradável; às vezes, assustadora. Não tenho controle dos pensamentos, que, feito salteadores, tomam o meu cérebro e o torturam. Não tenho controle dos sentimentos, o que não é nenhuma novidade, bipolar que sou. Porém, conheço o meu "mal" de perto: a gangorra pende para baixo e a depressão vai se instalando. Um pouco mais abaixo, vi uma postagem de Moacir Elcio Beretafalando sobre esse tema, a necessidade de conhecê-lo e tratá-lo. Eu disse, em artigo: "Depressão não é frescura", isola e abate a pessoa, causa pena ao contrário de compaixão - e só entende quem tem ou teve. Cada um dói de si, lembram-se? Dor a gente não mede nem compara. Dor a gente sente.
E por que nos deprimimos? Qual a causa da depressão? Há várias teorias explicativas para o aparecimento da depressão. Mas, apesar da vasta investigação desenvolvida, persistem dúvidas relativamente à origem. Atualmente, a depressão é referida como uma doença multifactorial: traduzindo, com várias causas envolvidas no seu aparecimento. Ou, só Deus sabe! Algumas teorias referem uma explicação genética e estudos feitos com gêmeos monozigóticos demonstram a existência de uma tendência familiar. No entanto, não é claro como é feita a transmissão genética. São igualmente importantes as causas físicas, como o desequilíbrio hormonal, certas patologias (neurológicas, infecciosas ou oncológicas) ou alguns medicamentos, que tem como efeitos depressões secundárias.
Outras, denominadas psicodinâmicas, dão maior importância às relações dos doentes com o meio e, em particular, com os pais/educadores ao longo do seu desenvolvimento. Os fatores sociais, por outro lado, como a vulnerabilidade das classes sociais baixas, as relações interpessoais pobres (muito comum nas redes sociais), o desemprego, uma perda familiar importante ou um acontecimento traumático podem também estar na sua origem.
A tecnologia proporcionou um conhecimento vasto das alterações morfológicas e do funcionamento do cérebro do doente deprimido. São estes desequilíbrios que estão na base do tratamento farmacológico atual, com antidepressivos. Hoje, sabe-se que as principais moléculas em causa no cérebro depressivo são os seguintes neurotransmissores: noradrenalia, serotonina e dopamina.6. Os neurotransmissores permitem a comunicação entre as principais células nervosas - os neurónios - sendo a falta destes neurotransmissores que origina o quadro de depressão.
Agora me diga: essas explicações satisfizeram você, que esta no fundo do poço, por, principalmente não saber lidar com suas perdas? A mim, não! Claro que este é o quadro clínico da depressão. E o humano? Tratamento medicamentoso existem, os laboratórios agradecem a escolha do produto, mas a terapia, componente essencial, não. Se for se tratar pelo SUS, prepare-se para entrar em uma longa fila de espera. E, qualquer médico sério vai te dizer: a medicação é apenas suporte; a terapia, é essencial. Diante disso, você fica mais deprimido.
Natal e Ano Novo são duas datas que deprimem qualquer "cristão". Mais do que quando seu time perde, seu companheiro te deixa em um momento em que você esta cheio de amor para dar. Falta tudo: dinheiro, (às vezes, emprego), família, amigos, sinceridade, boa vontade, caridade - e sobra depressão. Orar, meditar, jogar flores para Yansã, seguir todas essas superstições natalinas e de entrada pode ajudar; pode ser divertido. Porém, tenha em mente: depressão é considerada uma doença séria. Não a subestime!
Quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Silvia Mendonça.
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Victor Nogueira Breves
maria joão de sousa - acreditar
(Soneto não premiado)
ACREDITAR
Em que acreditas tu, que não te ergueste
Assim que as labaredas te assolaram
E nelas te lançaste e te perdeste
No mar de fogo que outros te atearam?
E porque não crerás, se assim colheste
O muito que os demais lá semearam,
Na terra e no folhelho em que acendeste
O lume em que essas chamas te queimaram?
Terás, ao menos, visto que sobraram,
Dos sonhos que sonhaste e não viveste,
Sementes, que as fagulhas nem tocaram
Na raiz desse tanto que escondeste,
Inteiras, porque a terra perfuraram,
Que brotaram de ti, quando em ti creste?
Maria da Vírgula (pseudónimo)
Maria João Brito de Sousa
Que tristeza tao inútil essas mãos
que nem sequer são flores
que se dêem:
abertas são apenas abandono,
fechadas são pálpebras imensas
carregadas de sono.
Pela noite adiante, com a morte na algibeira,
cada homem procura um rio para dormir,
e com os pés na lua ou num grão de areia
enrola-se no sono que lhe quer fugir.
Cada sonho morre às mãos doutro sonho.
Dez-reis de amor foram gastos a esperar.
O céu que nos promete um anjo bêbado
é um colchão sujo num quinto andar.
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Maria João de Sousa,
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