Sob as coxas com que te cinjo e ensino,
És sela quente onde o meu querer se agita,
Alazão bravo sobre o qual me inclino,
Boca entreaberta, em gula infinita.
Traças com a língua um trilho que desperta
Em mim o cio bêbado de fêmea acesa
Monto-te livre, vibrante, aberta,
Enquanto me domas, nas tuas mãos presa.
Somos corcéis trotando contra o vento
Esporeando-se em loucura repentina,
Cavalgamos, rédeas soltas, ao relento,
No peito o fogo, nas tuas mãos a crina.
Investimos todo o fôlego na corrida
Vertigem galopante, desenfreada
E serenamos da derradeira investida
Na mansa plenitude da madrugada.
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