Pedido em três tempos ( a publicar)
Pediste-me que te dissessse que te amava.
Cá dentro havia febre como água a correr
vontade que a garganta se abrisse
e que as palavras pressurosas
saíssem mesmo que atropeladas.
Queria gritar em mãos cheias
de vibrações, o que o corpo não calava
nas ondas azuis e ansiadas
de uma juventude crepitante.
Mas eu ainda mal aprendera o nome das palavras
que apenas me permitia murmurar.
Pediste-me que te dissesse que te amava.
Não precisavas, não precisaste nunca.
“Amo-te” era uma ladaínha
que eu orava no teu corpo
mãos em cadências raras
toda eu em devota adoração.
“Amo-te” não tinha hora ou dia
ressoava mesmo nos silêncios
em que tu não estavas
ou formava um rosário de pérolas
a escorrer da minha boca
para tudo o que eras tu.
Pediste-me que te dissesse que te amava.
E eu tremi no dia quente
sentindo o frio de um vampiro
procurando-me o sangue.
Queria escorregar na tua pele
lambendo nela a palavra desejada.
Mas agora não havia força que me fizesse
descerrar os lábios
nem cavalos selvagens
à desfilada no meu corpo.
Não quero atar-te numa mentira cega
e o que me pedes não encontra espaço
para ti, no meu vocabulário.
Mergulho o olhar no horizonte
e apenas te abraço.
© Margarida Piloto Garcia.
(todos os direitos reservados ao abrigo dos direitos de autor)
Pediste-me que te dissessse que te amava.
Cá dentro havia febre como água a correr
vontade que a garganta se abrisse
e que as palavras pressurosas
saíssem mesmo que atropeladas.
Queria gritar em mãos cheias
de vibrações, o que o corpo não calava
nas ondas azuis e ansiadas
de uma juventude crepitante.
Mas eu ainda mal aprendera o nome das palavras
que apenas me permitia murmurar.
Pediste-me que te dissesse que te amava.
Não precisavas, não precisaste nunca.
“Amo-te” era uma ladaínha
que eu orava no teu corpo
mãos em cadências raras
toda eu em devota adoração.
“Amo-te” não tinha hora ou dia
ressoava mesmo nos silêncios
em que tu não estavas
ou formava um rosário de pérolas
a escorrer da minha boca
para tudo o que eras tu.
Pediste-me que te dissesse que te amava.
E eu tremi no dia quente
sentindo o frio de um vampiro
procurando-me o sangue.
Queria escorregar na tua pele
lambendo nela a palavra desejada.
Mas agora não havia força que me fizesse
descerrar os lábios
nem cavalos selvagens
à desfilada no meu corpo.
Não quero atar-te numa mentira cega
e o que me pedes não encontra espaço
para ti, no meu vocabulário.
Mergulho o olhar no horizonte
e apenas te abraço.
© Margarida Piloto Garcia.
(todos os direitos reservados ao abrigo dos direitos de autor)
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