Viva a Vida !

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

DA CRIAÇÃO - DO POETA por Carmen Montesino

a Segunda-feira, 1 de Novembro de 2010 às 23:31
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Ary pariria o poema:

Nasce nas veias o poema
E agiganta-se
Filho no ventre
Sangue que corre
Poema volume
Convulsão.
Poema
Sémen palavra
Corpo êxtase
Loucura
Parto
Construção.


Florbela suspiraria o poema:
Ai… Esta inquietude este desassossego
Que me faz pegar na pena.
Ai… Que penosos são os versos
E que penas, meu amor,
Penando te descrevo.
Ai… E assim penando permaneço
Na tristeza me aconchego
E no canapé, meu amor,
Quando a pena repouso
Desfaleço...


Pessoa questionaria o poema:

Se poesia é aquilo que sinto
Será poema aquilo que escrevo?
E o que esqueço
E o que omito
E se minto?
Se não fica tudo escrito
Será poesia o que sinto
Ou mera reflexão afinal?


Torga faria da Pátria poema:

Um poema nasce
Nos campos da minha Pátria.
Agreste é a paisagem
Forte o poema que cresce
Nos campos da minha Pátria.
Livre o poema ergue-se
E no céu sereno parte...
Fica a Pátria!



(in catedral.weblog.com)

"Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!"
"Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens!"
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente."
"Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos"
 

  • Tu e 3 outras pessoas pessoas gostam disto.
    .

    *
    Ana Simões
    Bem-haja, Carmen, por nos premiar com o barro da poesia....moldado com dedos feitos segredos, sempre cobertos de humildes aprendizagens!

    O barro moldado dor,
    Com finas arestas de amor,
    Pede como uma esmola
    ...A paz sem qualquer pudor
    É o molde da minha Terra
    Relevo do seu destino.

    A tinta estendida em riso,
    Que com soberbo ruído,
    No rosto sem alma que rola
    Neste mundo mísero perdido
    É o abismo que minha Pátria encerra.
    Ressoa em mim como um sino.

    O esboço firmado incerteza
    Rumorejante de beleza,
    Das rugas outonais,
    Que brotam em laminar pureza
    É o princípio e o fim da fronteira
    Que se abre nesta Pátria a arder.

    A aguarela desfeita em fragrância,
    Com marcas profusas em errância,
    Das coisas que não falam mais
    Torrentes e desertos. Inconstância.
    É a luz da minha cegueira
    O Reino que em mim quis crescer.

    A mancha largada esperança,
    Que desinteressada se quebra
    Nos verbos Amar e Criar,
    Gravada naquela pedra
    Que rola, tropeça e cai
    É a imensa verde Floresta
    Profuso Mar do meu mundo.

    A linha ensaiada longe
    Que alteia o horizonte
    Ébrio de sol que cresce e arrefece
    No desejo de Ser Alguém,
    De quem quer que seja,
    Que vagueou pela terra
    E não Abraçou ninguém
    É o frio árctico desta Terra
    Semente do meu solo fecundo.

    O rasgo esculpido fado
    De toda a miséria extrema,
    Que faz nascer na memória
    Silêncios de Indignação
    E empesta os bonitos Sonhos
    De cruor desfeito em poema
    É a sombra aprisionada
    Queimada pelo vento Suão.

    O traço espesso em carvão,
    Que sem ruído flutua,
    Que sem descanso perdura
    Em largas e fortes cascatas,
    Do Rio da Solidão
    É a água acorrentada
    No porto desta Nação.

    Com este Barro moldado
    Com esta Tinta estendida,
    Envoltos no Esboço firmado
    Desta Pátria em mim vivida,
    Dou cor à Aguarela desfeita,
    Recrio a Linha ensaiada,
    Recubro os Rasgos esculpidos,
    Refaço mais espesso o Traço.

    Construo a Mancha perfeita
    Dos Tons da Pátria Bandeira
    Que ondula em Sonhos perdidos.

    ana

    há 2 horas · Não gostoGosto · 1 pessoa
    *
    Victor Nogueira
    Grato pela plenitude e pela inesgotável amabilidade para comigo. Convido-te para um passeio, virtual que seja, se doutro modo não acontecer, ao Parque dos Poetas, em Oeiras, pelo olhar do meu tio José João, da minha costela tripeira :-)

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