*José Castro
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Café do Nicola
.Café do Nicola
Aurindo as delícias do café
Envolto nos fumos do "havano",
Bebem-se os eflúvios do "Elmano",
Com amor e esperançoso filé.
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És tu oh Sala dos vates Sé
Onde rebrilha o olhar profano,
Tentando desvendar o arcano.
Do Vate, com arreigada fé.
És tu oh Sala dos vates Sé
Onde rebrilha o olhar profano,
Tentando desvendar o arcano.
Do Vate, com arreigada fé.
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Não se nota aqui uma falta,
Reminiscências do passado se evola
Dos quadros, da Sécia, do Peralta.
Não se nota aqui uma falta,
Reminiscências do passado se evola
Dos quadros, da Sécia, do Peralta.
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Isto aqui é Sé, Parnaso e Escola
Onde se reza, verseja e s'exalta
Bocage e o café do "Nicola".
Isto aqui é Sé, Parnaso e Escola
Onde se reza, verseja e s'exalta
Bocage e o café do "Nicola".
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"Saiba morrer o que viver não soube"
"Saiba morrer o que viver não soube"
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Bocage
Bocage
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Dedicatória rogatória
Dedicatória rogatória
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Quando tu, genial poeta, viste
A negra Morte a rondar teu leito,
Arrependido, a arfar teu peito,
Ao Criador o teu perdão pediste.
Quando tu, genial poeta, viste
A negra Morte a rondar teu leito,
Arrependido, a arfar teu peito,
Ao Criador o teu perdão pediste.
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Os prazeres do teu Ser repeliste,
A contrição foi um Credo perfeito,
Da Ala dos Imortais és eleito,
Favor das musas, com amor fruiste.
Os prazeres do teu Ser repeliste,
A contrição foi um Credo perfeito,
Da Ala dos Imortais és eleito,
Favor das musas, com amor fruiste.
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Se do Além tiveres a permissão
D'enviares teu Estro a este Mundo,
Favorece aquele que tenta em vão
Se do Além tiveres a permissão
D'enviares teu Estro a este Mundo,
Favorece aquele que tenta em vão
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Compor sonetos de pensar profundo,
Como, só tu, com divinal condão,
Soubeste criar com amor fecundo.
Compor sonetos de pensar profundo,
Como, só tu, com divinal condão,
Soubeste criar com amor fecundo.
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16-9-1950
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Na sala espírita
invocando "Bocage"
Na sala espírita
invocando "Bocage"
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Invocais Bocage ? Aqui estou;
Esta alma que vai penando
E o peso aliviando
Dos pecados que praticou;
Invocais Bocage ? Aqui estou;
Esta alma que vai penando
E o peso aliviando
Dos pecados que praticou;
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Meia jornada já alcançou
Neste calvário miserando,
Esta alma purificando,
Que tanto, tanto conspurcou.
Meia jornada já alcançou
Neste calvário miserando,
Esta alma purificando,
Que tanto, tanto conspurcou.
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Mais um século neste penar
Irá, por fim, alcançar
A glória do Celeste Pai.
Mais um século neste penar
Irá, por fim, alcançar
A glória do Celeste Pai.
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Mortais, sejam Irmãos,
Dêem para o Bem as mãos,
Vossos pecados aliviai.
Mortais, sejam Irmãos,
Dêem para o Bem as mãos,
Vossos pecados aliviai.
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Da «Autobiografia e Obra Literária» do meu bisavô paterno, ( 1862-1955) digitalizada pelo neto e meu tio J.J. Castro Ferreira.
2 comentários:
Muitíssimo interessante; não conhecia o Poeta nem a Obra, evidentemente; mas estou muito curiosa!
E fala não só de Bocage, como de coisas outras em que eu acredito!
Maria Mamede
Olá
Bonitos poemas e bonita homenagem para o "Dia do Bocage".
Beijos estrelados
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