Quem não chora?
Quem não implora
Uma esperança de vida?
No tempo parado
Num sopro adormece
Dum sono acordado
um sonho emudece.
Ontem, além do mar
Hoje da terra aquém:
O meu País… não está bem.
Sente-se no ar
Um aroma amargo,
As flores perderam o cheiro,
A vida é um artifício.
E serram-se os dentes
Abrem-se mãos vazias,
Pára-se o pensamento
Esgotam-se esperanças em noites frias.
Saciam-se sedes
Tecem-se leis
Escrevem-se ( pre) textos
Mascaram-se tiranias
Com brandura de gestos
E à procura de outros dias
Exige-se que se faça da vida
Morte alegre, abençoada.
Ontem, o mar foi amante,
Hoje o mar… não é nada,
O meu País traveste a terra em rendição ao levante.
Hoje
O meu País vive o orgulho da incapacidade constante.
Clara Roque Esteves ( Março de 2011)
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