Prisão
Há uma certa crueldade
nas palavras que escreves com teclados estéreis.
Eu não vejo céus de estrelas
só ripas que me fecham os olhos e amortalham.
E é nesta minha quase sinestesia
que a dor explode em rubros clarões
com cheiros aveludados a cerejas carnudas.
Leio as palavras e quedo-me muda
enquanto os gritos me recortam em desenhos surrealistas.
Tento ir mais além, navegar no tsunami
mas este leito tem amarras
prende-me o pensamento, castra-me as emoções
chama-me louca, e possessivo, subjuga-me.
Sou um velho guerreiro, um espírito engelhado
de armas ferrugentas e cicatrizes virulentas
como ecos de uma viagem por entre guerras sem fim.
Levo o meu coração embrulhado num pequeno papel
amarrotado, fino, manchado e a desfazer-se.
Às vezes, penso que já não existem céus estrelados
e que o pôr do sol há muito se escondeu nas trevas.
Ouso despir a angústia a um corpo que desconheço
e pendura-la nos fantasmas que me mordem.
Algures, as palavras escritas com teclados, reclamam-me a alma.
Margarida Piloto Garcia
Tenham uma boa noite com carinho e amizade
—
Quarta-feira
Lia Branco, Vitor Correia e 12 outras pessoas gostam disto.
Victor Nogueira Belo poema, que agradeço, esperando que as grilhetas com que querem escravizar-nos se tornem indómitas e serenas aves altaneiras que a pó reduzam o punhado de sub-humanos e seus rafeiros que desgovernam a Humanidade e o Planeta Azul . Beijo, GuidaQuarta-feira às 16:55 · ·1 pessoa
.(...).
Margarida Piloto Garcia E eu estou furiosa porque a imagem ficou pequena.Quanto ao positivo......bem não é o meu estilo e tu sabes.Quarta-feira às 17:06 ·
Victor Nogueira Bem, Margarida, eu publiquei no meu blog de acesso restrito e aumentei a foto, que ficou nítida. :-)*Quarta-feira às 17:08 ·
Maria Clara Roque Esteves Revelas aqui um sentimento de " aguilhotinação" a que tentam sujeitar-nos, primeiro aos poucos, agora despudoradamente. As nossas amarras terão de ser cortadas de qq forma, pese embora o risco de ficar-mos à deriva por uns tempos. Neste momento, entre uma deriva escolhida ou uma imposta, escolho a " escolhida" por mim. Bela, a imagem. Obrigada pela partilha. beijinho.Quarta-feira às 17:17 · ·
- Vitor Correia e 2 outras pessoas gostam disto.
- Maria Clara Roque Esteves Lindo poema sobre uma magnífica imagem. Obrigada, Margarida. Cá estaremos para lutar. Beijinho.17/10 às 18:03 ·
- Maria Clara Roque Esteves Margarida, adoro este cansão do Chico. Obrigada. beijinho.17/10 às 18:11 ·
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