Sem palavras ( A publicar)
Pelas pontas dos dedos
as palavras não escorrem.
Recusam-se a caminhar nuas
a despir-se para mim.
Os meus olhos não as transbordam
teimam em calá-las num brilho aquoso
a esconder constelações.
Num silêncio que me come por dentro
caminho devagar na sombra que deixaste.
As palavras não morreram
prendem-me com os nós que não soubemos dar.
E é neste duro enleio
que te sinto, mas te apago,
te devoro e minto.
Eu guardo a pressa de um amor aflito
tu, jazendo a meus pés já nada sendo.
A minha saia dançando
a minha roupa em voo
no rasgo alucinado da asa da gaivota.
Meu corpo amanhecido
rubro ventre
seiva que o teu navio implorante guarda.
Mas de encontro às minhas coxas de cetim
há muito naufragaste
enterrando o sentir neste meu mar profundo.
E as palavras que te impediriam de partir
eu não as soube então
nem nunca as saberei.
© Margarida Piloto Garcia.
(todos os direitos reservados)
Web art da minha amiga Yolanda Botelho
Pelas pontas dos dedos
as palavras não escorrem.
Recusam-se a caminhar nuas
a despir-se para mim.
Os meus olhos não as transbordam
teimam em calá-las num brilho aquoso
a esconder constelações.
Num silêncio que me come por dentro
caminho devagar na sombra que deixaste.
As palavras não morreram
prendem-me com os nós que não soubemos dar.
E é neste duro enleio
que te sinto, mas te apago,
te devoro e minto.
Eu guardo a pressa de um amor aflito
tu, jazendo a meus pés já nada sendo.
A minha saia dançando
a minha roupa em voo
no rasgo alucinado da asa da gaivota.
Meu corpo amanhecido
rubro ventre
seiva que o teu navio implorante guarda.
Mas de encontro às minhas coxas de cetim
há muito naufragaste
enterrando o sentir neste meu mar profundo.
E as palavras que te impediriam de partir
eu não as soube então
nem nunca as saberei.
© Margarida Piloto Garcia.
(todos os direitos reservados)
Web art da minha amiga Yolanda Botelho
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