“ O PAREDÃO “
Não me extingues o olhar, ó vil Medusa,
Ó Hidra, não me arrastas, nem me afundas
Nos teus braços, não me serve o que tu usas
No Mercado, crias bichos do passado.
Chamas Futuro a essa língua bifurcada,
Teus abraços são ventosa sensaboria,
E ao fim do dia o que disseste valeu nada,
Saiu mistela, de entre sem uva e sangria.
Não vejo luz neste Castelo hipotecado,
Vejo a ruína, vejo muralhas de traição,
E numa mancha impressionista, um Anfiteatro,
Oiço passos, sem alma nem coração
E há um País à beira mar enclausurado,
Entre o sonho de ser outro e o paredão.
Carlos A. N. Rodrigues, 02 / 12 / 2012
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