a Domingo, 11 de Dezembro de 2011 às 23:42
Aqui na encosta
Aqui na encosta
O mar é frustrado fugitivo,
A dolência das ondas
Ritualiza a contemplação.
Navego afirmações de orgulho
Cúmplice com o mar e a desesperança.
Num segundo o sentimento morre
(Dimensão intemporal)
O coração alivia
O corpo perde a memória.
Há partida sem chegada,
Volúpia de carne ensombrada
Polvo visceral, viscosamente azul.
Aqui na encosta
Ouve-se o canto de ave estranha.
Olhei a distância
Numa paciência enternecida,
Olhei a lua a minguar,
Quarto minguante de palavras
Perdidas dos pontos cardeais.
Nem céu nem nuvens,
Só o rosto minguante
( coroado ainda)
Massa curva cintilante
Saberá o segredo
Das grandes penas cismadas
Agarradas
Nas arritmias
(convulsas)
De camas frias.
O abraço é o complexo mar
De um corpo que tu copias.
Clara Roque Esteves ( Setembro de 2011)
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