Viva a Vida !

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domingo, 15 de abril de 2012

Poemas de Xavier Zarco

Estante de: João Carlos Esteves

  • PUBLICAÇÕES ACTUALIZADAS


  • Aqui vai um de 2009, bem próprio para um Bom Domingo.

    pois cá estou de barriga encostadinha
    ao balcão, a super bock por companhia,
    sem esquecer os tremoços e a vizinha,
    que costura a notícia do dia,

    então não é que o zé mudou de asinha,
    e anda metido em casa da maria,
    que venha daí outra bem fresquinha,
    que isto é dia que há muito não havia,

    tirando ontem que o zé ia à laurinda,
    e anteontem fez frete na adozinda,
    por isso anda o coitado bem magrito,

    como pode o zé, como ele resiste
    ao carrossel do dia-a-dia, triste
    vida de biscateiro, e tenho dito.







    escutei
    pela orelha de van gogh
    a força da mandíbula
    de cesariny
    enquanto ascendia
    com a descida
    do absinto de jarry

    e fui por aí a pregar
    a pregar
    em todas as paredes da memória
    em todos os desertos do meu tempo
    o sermão do antónio
    até à viela
    onde o chinês continua
    ah saudade
    a vender gravatas

    e se esgravatas
    ó poeta
    em busca de uma formiga
    que substitua a cigarra
    nas coisinhas
    como direi
    comezinhas
    do dia a dia

    e a dias a mulher
    que não veio
    resmungas
    ficou no piquenique
    não do cesário
    mas do lautrec
    mais de danças que de panças

    e o poema
    esse pobre coitado
    ia por aí
    na voz das meninas do eliot
    conversando
    sobre miguel ângelo

    e nós sem o ópio
    do pessanha
    sequer um par de megafones
    do álvaro
    nem a mosca dilecta do alexandre

    nós aqui
    olhando para a tv
    e
    mesmo sem saber
    rezando
    para que o futebol não nos traga
    como futuro
    o viagra prometido

    Xavier Zarco

    Nota de Rodapé: utilizando imagens de outros poemas de minha autoria, pelo que se trata de um exercício de auto-plágio.






    SONETO DA MODA À GUISA DE MANUAL DE AUTO-AJUDA OU COMO O AUTOR SE DEVE MANTER EM REVISTA COR-DE-ROSA

    estou na moda, ó mãe, que rico filho
    eu sou, que mesmo agora na revista
    o li, senhora minha, e sem sarilho
    ou não fosse revista a coisa vista,

    não papel de jornal que suja a mão,
    ó mãe, mãezinha, diz-me o que fazer,
    se faço risco ao meio, ao lado ou não,
    é que tudo, tudo há que condizer,

    que estar na moda, ó mãe, é de aparência,
    é sempre ter na foto o melhor lado,
    sequer há que saber desta ciência,
    ó mãe, ai como é bom ser tão amado,

    e levar esta vida assim tão louca,
    mesmo que esta cabeça seja oca.

    Xavier Zarco





    mergulhar as mãos no fogo
    rente à raiz da água

    onde a memória dos espinhos
    ainda guarda o odor

    primeiro
    de todas as palavras

    eis o ofício do poeta





    acordamos
    e há um lugar vazio
    onde a noite se deitara

    a manhã
    invade os poros da persiana

    lambe-a
    como um gato o pêlo

    enquanto a rua aparta as casas
    pelos passos da sombra que fenece

    Xavier Zarco 


  • Viva
    Publiquei aqui - no Ao Sabor do Olhar -  alguma da sua poesia, que aprecio. Espero que se não importe

    Abraço 
    Victor Nogueira

    • Camarada, só tenho a agradecer. Quem me conhece só pelos livros vai pensar: o tipo está maluco; mas lá que gostei da escolha, até porque nos dias que correm sabe bem descontrair e, julgo eu, a maioria dos poemas escolhidos servem exactamente para isso. 


      Obrigado, um abraço, Xavier Zarco


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