Viva a Vida !
Este blog destina-se aos meus amigos e conhecidos assim como aos visitantes que nele queiram colaborar..... «Olá, Diga Bom Dia com Alegria, Boa Tarde, sem Alarde, Boa Noite, sem Açoite ! E Viva a Vida, com Humor / Amor, Alegria e Fantasia» ! Ah ! E não esquecer alguns trocos para os gastos (Victor Nogueira) ..... «Nada do que é humano me é estranho» (Terêncio)....«Aprender, Aprender Sempre !» (Lenine)
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Nádia Patrícia - Reviver
Quieta,permaneci.
Apaguei o teu gosto;
era suposto,
não te recordar.
Queria.
Não mais sentir saudade...
Algo de mim,
talvez da idade.
O brilho de agua,
dos teus olhos sorridentes.
Deixas-te em mim sentimentos quentes.
Ahh..ternura.
Quando assim olhavas,
via o mundo através de ti,
e sorri,muito.
O abraço,
como já o quis...
Afagar a minha cabeça no teu braço,
dormir...ouvir o teu passo...
Saudades...
Quis ser mais e assim fui,
mas esta lágrima,que flui
tem um sabor triste.
Não perguntes o porquê,
eu não saberia dizer.
Se é querer,se é vontade de te reviver.
Passado não será agora,
mas esta alma que chora,
de ti sente falta.
Mais que paixão,
foste abraço,
cuidar.
Suspiro...
Sinto cansaço.
Nádia P. 29-11-11
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Nádia Patrícia - Plano
Pensei em moldar,
em um pedaço de papel
Algo que me fizesse querer
o gosto suave da pele.
Quis acreditar,
que um querer é mais
que um sonhar.
Procurei entre folhas,
e em campos verdes
Num campo de flores ao luar,
entre os meigos abraços;
o teu bom despertar!
Pintei uma linha,
com pincel,feito de neve.
Busquei na cor da ternura,
a flor mais bonita.
Colori de ceu e agua,
de relva,sem mágoa.
E assim te fiz.
Reluzente,
meigo
envolvente.
Jogo de mente.
Sonho real.
Sentir doce,
saber da amora.
Algo que devora
motiva,
me explora.
Cantar de ave
rugido de leão,
Balançar da corda,
na ponta dum vulcão.
Mar,vento,solidão!
Amizade,amor.
Paixão...
Emoção!
Terra em mim,
agua no chão,
céu na superfície
Imaginação!:)
Nádia.P.T.B.*27-11-11
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domingo, 27 de novembro de 2011
POEMA por Yolanda Botelho
a Domingo, 27 de Novembro de 2011 às 1:40
Gostaria de beber do teu copo
ficar a saber das tuas perdidas ilusões
e também das viagens interditas
ao centro de ti....
gostaria de saber os teus segredos
tocar-te os olhos com serenidade
e nesse momento
como por encanto desfiar-mos
as nossas penas,alegrias e espantos
e não ouvir mais nada
sermos só um.
só porque bebi do teu copo...e soube.
YOLANDA.
(...)
.
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domingo, 20 de novembro de 2011
Jorgete Teixeira ~ Não é o facto de teres ido embora que não te perdoo, mas sim o de teres demorado tanto! ~ Jorgete Teixeira
Porque eu não sabia o que o mundo
esperava por mim
Não sabia das marés e do vai vem das gaivotas
Nem do sabor das amoras bravias
E da liberdade que traz o vento
.
A bater na cara.
Sob a prisão dos teus braços
Me esqueci de mim
E os meus sonhos por aí ficaram
Presos ao barro da nossa casa
.
E sem água secaram
Levantei-os agora
Sob as cores mágicas do entardecer
E com elas pintei a minha própria paisagem!
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Jorgete Teixeira ~ Subtil
O pé avança
Devagar
E pára a milímetros da tua pele.
Toco-te,
O coração suspenso
Na eternidade da espera.
.
O teu pé
num movimento
Leve, quase nada
Encolho-me de novo
Absorvo o momento
Que ainda não é
.
Páras.
Estremeço por dentro
Insinuo um joelho
Devagar
De olhos fechados
.
Sinto o mexer do teu ombro
Sei já os teus caminhos
Sinto a tua mão
Que queima
Antes de chegar!
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Jorgete Teixeira ~ Cecília e o “Outro”
Lembrava-se de um tempo em que o simples tocar das
mãos lhe provocava um arrepio pelo corpo todo, tão intenso e fundo como se
fosse o culminar do amor. Tentava recordar-se da sensação que precedia os
momentos e lembrava-se que sempre a achava mais estimulante que o próprio
momento. O prazer que sentia com a antecipação de saber o que ia acontecer,
aquele instante mágico em que nada mexe em nós e tudo se concentra na
imaginação: os gestos, o percurso das mãos, os ruídos, os cheiros.
.
Agora, sentada no sofá da sala, pensava como tudo isso
tinha ficado tão longe e sem importância. Já não havia a urgência do amor e aos
poucos, mesmo o contacto físico, mais mecânico que emotivo, tinha deixado de
existir. No entanto, perguntava a si própria se o estado em que se encontrava
seria mesmo irreversível e sentia saudades do tempo em que o amor doía só de
pensar nele e as palavras tinham o sabor virginal da primeira vez. Olhava o seu
corpo ao espelho e tentava ver nele alguma centelha da antiga paixão. Nunca se
achara propriamente bonita, mas agora considerava que, como qualquer mulher,
também ela tinha tido o seu tempo de esplendor e encanto. E sentia uma tristeza
funda como se uma morte antecipada se fosse anunciando, sem dar hipótese alguma
de fuga. Algumas vezes tinha vontade de rasgar essa inércia em que estava
mergulhada, tentar um gesto, uma audácia, dar o primeiro passo, mas retraía-se
no seu casulo feito de silêncios, de conversas mudas, de estúpido orgulho.
,
Não sabia nada do Outro. Olhava-o, às vezes, e sentia
nele também uma secreta tristeza, mas nunca conseguira entrar nesse universo
íntimo tão cheio de muralhas e armaduras que escondiam, disso ela tinha a
certeza, fragilidades e incertezas. Várias vezes tinha tentado entrar nesse
mundo masculino, estender uma ponte que fosse capaz de restabelecer o antigo
encanto. Mas do outro lado encontrava sempre o silêncio e as suas palavras
batiam contra o muro de indiferença intransponível e ricocheteavam atingindo-a
no seu orgulho e acabava sempre às voltas na cama com uma, cada vez maior,
sensação de impotência. Ao seu lado o Outro dormia profundamente.
.
Mas nem sempre tinha sido assim. Num tempo que lhe
parecia ter sido já há uma eternidade, bastava vê-lo aparecer ao fim da rua com
a sua camisa branca voando ao vento e era como se o sol acabasse de nascer,
como se todos os sinos da terra de repente começassem a repicar numa euforia
desenfreada. Segui-lo-ia para o fim do mundo se preciso fosse, indiferente à
sociedade e à família. Isso era ainda no tempo de todos os medos, quando as
lutas eram clandestinas e as ciladas espreitavam a cada esquina. Mas mesmo
assim quando caminhavam de mãos dadas pelas ruas era como se nas suas mãos
estivesse contido todo o destino da humanidade. E caminhavam no Rossio como se
não existisse mais ninguém à sua volta e as palavras de amor ditas em
francês eram como se nunca tivessem sido
ditas.
.
Agora,
de repente,. sentia-se morta para esse universo dos sentidos e das emoções, como
se já não lhe dissessem respeito e sentia-se secar prematuramente.
.
Se não fosse esse medo do fracasso, poderia tentar
alguma coisa: um gesto, um toque que conseguisse despertá- la de novo. Apenas
uma vez e tornar a sentir o arrepio das palavras sussurradas ao ouvido, dos
gestos inventados naquele momento, correndo livres ao sabor do desejo.
.
Esperou a noite. E a noite veio e ela se entregou sem
alegria ao amor cansado, de gestos iguais, de mãos que, por terem percorrido
milhares de vezes o mesmo caminho, cavaram fossos na pele sem calor. E as lágrimas
correram soltas no leito do seu corpo, silenciosas e ardentes.
.
No beijo que selava o momento, antes de dormir, o
Outro não sentiu o sabor salgado e virou-se para o outro lado.
.
Amanhã, talvez amanhã...
Barreiro, 2006
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Conto,
Maria Jorgete Teixeira
Jorgete Teixeira ~ Condição feminina
Cecília andou
todo o dia numa roda-viva. Acordou cedo para ir para o trabalho, preparou-se à
pressa, vestiu umas calças de ganga e uma camisola, por cima um casaco de lã, calçou
uns sapatos rasos, preparou os cereais para o filho mais novo, o mais velho
pegou num pacote de leite com chocolate e abalou a correr, nem ouviu os ralhos
da mãe:
- João, não comes
nada de jeito, nem tens energia para fazeres o teste; veste o casaco, se faz
favor, que está frio.
Pegou nas
chaves do carro – Pedro, despacha-te que a mãe está atrasada!
Ia a sair,
voltou para trás, faltava a pasta. Deixou o filho mais novo na escola:
- Beijinho à
mãe. Porta-te bem!
O dia no escritório correu
normalmente, papéis e mais papéis, pausa para o almoço no snack da esquina,
dois dedos de conversa com a colega:
-
Os homens, minha filha, são todos iguais. Igualdade, igualdade, mas no fim, quem
trata dos assuntos da casa e dos miúdos, somos sempre nós!
E vá de
desfiar exemplos, uns atrás dos outros, e a outra dizendo que sim, comigo
passa-se o mesmo, não há pachorra, ontem, vê lá, irritei-me, discuti com ele,
já na cama, fiquei com uma insónia desgraçada e quando olhei para o lado dormia
que nem um anjinho!
Cecília
saiu do trabalho, passou pelo ATL a buscar o filho, chegou a casa, preparou o
jantar, orientou os trabalhos de casa dos pequenos. Sentiu a chave rodar na
fechadura, o marido entrou na cozinha, veio por trás e deu-lhe um beijo no
pescoço, sentiu um arrepio, pensou na noite que se aproximava, mas disfarçou,
rindo:
-
Tá quieto, não vês que estou a trabalhar?
Agora está
tudo calmo, o filho mais novo já foi para a cama, o mais velho está no quarto
ainda com a luz acesa. Cecília está sozinha, sentada no sofá da sala. O marido
saiu. Tinha uma reunião do partido. Cecília pensa como a vida dela poderia ter
sido diferente. Tinha casado demasiado cedo, logo vieram os filhos, dois, um a
seguir ao outro, e o tempo tinha decorrido sem sobressaltos de maior.
Agora
sentia-se um pouco vazia e pensava que poderia ter seguido outro caminho. Presa
na quietude da casa, olha para o quadradinho iluminado e deixa-se levar…
Cecília, em
frente ao televisor, vive as histórias dos outros. Pelo ecrã passam as mulheres
que gostava de ter sido, nelas se revê em centenas de situações: como elas se
sente admirada, se vê vestida de cetim, descendo as escadarias de grandes
palácios qual estrela de cinema numa fita dos anos 50. Outras vezes é mulher da
rua, desbocada e ordinária, dona do seu corpo de formas opulentas, grandes
seios emergindo dos decotes ousados, despertando paixões. Até nas vidas banais
se revê e as cenas do dia-a-dia, no televisor, transfiguram-se e parecem-lhe
interessantes, os pequenos gestos, iguais a tantos outros, tão cheios de
inesperada luz.
Em frente ao televisor alheia- se do
quotidiano de cansaço, onde nada acontece. Nada que a aqueça, nada que mexa lá
no fundo, nada que lhe mostre que ainda está viva.
Em frente ao
ecrã vive outras vidas e outras épocas, aureoladas de mistério, tão sedutoras e
longínquas, de repente feitas presente, diante dos seus olhos. Em frente ao
televisor se esconde e aquele universo que vai passando na sua frente passa a ser
o seu.
O
mundo ainda é maioritariamente dos homens, pensa ela, às mulheres cabe tratar
dos filhos, governar a casa, orientar as crianças, além de trabalhar fora. Não
há tempo para grandes voos. Por isso Cecília se questiona e se encolhe no seu universo
solitário, naquele momento apenas partilhado com as imagens que desfilam, de
gente distante, que se torna familiar e a acompanha dia a dia.
Sabe os seus
nomes, vive as suas paixões, os seus anseios, as suas ambições, sente as suas
frustrações, os seus receios.
Vai
dormitando no sofá, lembra-se do beijo no pescoço, espera mais um pouco, mas as
horas passam e ela está estafada!
Quando
o marido chega ela já dorme na cama e quase nem dá pela sua chegada, apenas o
calor de um corpo próximo se insinua, mas a marca do beijo já se desvaneceu e
ela afasta-se levemente.
Amanhã, amanhã será um novo dia.
**********
.
NOTA
.
Mando-te um texto que escrevi para o "Rostos", também espero a tua
opinião. Ultimamente tenho escrito pouco, não tenho muita
disponibilidade este ano.
.
Ah, é verdade: li as tuas memórias do tempo
de juventude e vi algumas fotos da tua família e amigos, suponho. É
interessante verificar que falas nas pessoas que fizeram parte da tua
vida com grande naturalidade. Há gente que se separa, arranja um novo
amor e esquece o passado, como se ele , de repente deixasse de existir,
desfazem-se dos laços que tiveram com essa gente com quem conviveram (e
não estou a falar só nos parceiros) com quem passaram momentos bons e
maus. Isso faz-me muita impressão.
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Conto,
Jornal Rostos,
Maria Jorgete Teixeira,
Mulher
sábado, 19 de novembro de 2011
Quase de nada místico - Ana Luisa Amaral
Amílcar Sobreira Lobo
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Quase de nada místico Não, não deve ser nada este pulsar de dentro: só um lento desejo de dançar. E nem deve ter grande significado este vapor dourado, e invisível a olhares alheios: só um pólen a meio, como de abelha à espera de voar. E não é com certeza relevante este brilhante aqui: poeira de diamante que encontrei pelo verso e por acaso, poema muito breve e muito raso, que (aproveitando) trago para ti. - Ana Luisa Amaral - in Às vezes o Paraíso
—
Álbum:Fotos de ti em NICOLETTA TOMAS CARAVIA - finestre
(...)
|
Publicada por V
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