Domingo, 12 de Dezembro de 2010
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- Hoje, irreverente como sou, mal a claridade desponta, pinto os lábios de sol, as unhas de vaidade e coloco ao colo um cordão de espigas de amêndoas amargas não trabalhadas. Não há quimeras em sortilégios de sol nem mortalhas de luas desmaiando em aromáticas pradarias, nem o tempo é de cardos agora. O vento sibila lá fora, mas cá dentro já me chega o cheiro arroz doce incensado com canela, os copos de cristal até há pouco embalsamados, despovoam jubilosamente a porta do seu lugar em expressão brilhante como se foram humanos. Cheira a ervas aromáticas, cheira a vinho moscatel, tomam-se as medidas das coisas, passam as horas e seguem-se as contas da Vida em festejo de júbilo pressentindo que nada volta a ser como dantes: eu sou outra, acho mais acertado fazer uma viagem à volta de mim, dar quatro passos, não me desfazer em pedaços, gritar com esperança de não mais ouvir falar em guerra, cheirar a redenção do amor em cada ser humano, embarcar em outro cais, fazer gestação em novas encruzilhadas, comunicar os meus desejos infantis de não capitanear em ilhas desertas, esperar por ECCE HOMO, e dar-vos um imenso abraço porque, antes de mais, é NATAL.. Agora, hoje, amanhã... .
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