a quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010 às 12:41
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“ A CONCHA “
Na maré vaza é que me sei,
Salitre do que digo,
No corpo vago, vivo,
Das letras que esbocei
Na areia, onde encontrei
Pegadas.
Repiso, escavo,
Um trilho antigo,
Refaço na passada,
Os espaços que lembrei.
O que a onda leva,
Não é rasto de guerra,
Nem peixe exangue,
É um respirar,
No Mar da Palha,
É o que não vem,
À rede e me malha.
Foi um latejar intenso,
Um eco entontecido,
De criança a brincar,
Na concha do ouvido.
E se o escuto, sou eu,
Aquele puto mestiço,
Que sei bem não ser,
Mas, o búzio, disse,
Que o levou a corrente,
Para outro lugar,
Pior ou melhor,
A montante do rio.
Já não joga ao prego,
Já não ferra o dente,
Já não puxa a rede,
Nem me chama Amigo,
Que finjo o que digo
E lhe chamo Arolas,
Se me passa a perna,
Quando joga a bola
Ou me deita aos pés,
Armadilhas salgadas,
Como se eu fosse Ele,
Nas suas pegadas.
Já nem sei quem foi,
Que encontrou a concha,
Que é corneta mágica;
Vá lá, desembucha,
Manda um som do Céu,
Qualquer nota ilógica,
Para a gente brincar,
Vejo-te ao postigo,
Fala lá comigo,
Puto de uma figa.
Arolas, traz isco,
Arolas, Mefisto,
Arolas, que és fogo,
Nas redes do olhar,
Arolas, estás mouco,
Aranha do mar ?
Arolas, trocista,
Arolas, artista,
Arolas castiço,
Arolas, tão louco,
Arolas em Festa,
Arolas do Povo.
Anda lá, acorda,
És tu a atacar,
Puxa já da espada,
Dom Arolas Primeiro,
Guarda o bicho da seda,
Arolas de merda,
Fala lá comigo,
Estás, aí, escondido,
Por trás dessa pedra ?
Arolas, pequeno,
Arolas, Amigo,
Arolas, moreno,
Do vento Siroco,
Arolas estás rouco ?
Arolas Menino,
Arolas, Destino,
Arolas tampouco.
C. R.
Na maré vaza é que me sei,
Salitre do que digo,
No corpo vago, vivo,
Das letras que esbocei
Na areia, onde encontrei
Pegadas.
Repiso, escavo,
Um trilho antigo,
Refaço na passada,
Os espaços que lembrei.
O que a onda leva,
Não é rasto de guerra,
Nem peixe exangue,
É um respirar,
No Mar da Palha,
É o que não vem,
À rede e me malha.
Foi um latejar intenso,
Um eco entontecido,
De criança a brincar,
Na concha do ouvido.
E se o escuto, sou eu,
Aquele puto mestiço,
Que sei bem não ser,
Mas, o búzio, disse,
Que o levou a corrente,
Para outro lugar,
Pior ou melhor,
A montante do rio.
Já não joga ao prego,
Já não ferra o dente,
Já não puxa a rede,
Nem me chama Amigo,
Que finjo o que digo
E lhe chamo Arolas,
Se me passa a perna,
Quando joga a bola
Ou me deita aos pés,
Armadilhas salgadas,
Como se eu fosse Ele,
Nas suas pegadas.
Já nem sei quem foi,
Que encontrou a concha,
Que é corneta mágica;
Vá lá, desembucha,
Manda um som do Céu,
Qualquer nota ilógica,
Para a gente brincar,
Vejo-te ao postigo,
Fala lá comigo,
Puto de uma figa.
Arolas, traz isco,
Arolas, Mefisto,
Arolas, que és fogo,
Nas redes do olhar,
Arolas, estás mouco,
Aranha do mar ?
Arolas, trocista,
Arolas, artista,
Arolas castiço,
Arolas, tão louco,
Arolas em Festa,
Arolas do Povo.
Anda lá, acorda,
És tu a atacar,
Puxa já da espada,
Dom Arolas Primeiro,
Guarda o bicho da seda,
Arolas de merda,
Fala lá comigo,
Estás, aí, escondido,
Por trás dessa pedra ?
Arolas, pequeno,
Arolas, Amigo,
Arolas, moreno,
Do vento Siroco,
Arolas estás rouco ?
Arolas Menino,
Arolas, Destino,
Arolas tampouco.
C. R.
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Carlos Rodrigues
O Arolas é (são) muitos Amigos de antes, alguns ficaram no mar. No caso presente tinha uma criança em em mente, que ficou no Mar da Palha, quando brincava com outras crianças, numa jangada que se desfez, não foi há muitos anos e este more.inho e A>ngolano foi o único que não conseguiram salvar, se bem me lembro eram quatro ou cinco crianças. Conheço a mãe do que lá ficou. O resto veio com o Siroco. Essa foto, muito antiga, não é de Alcochete não, é do Cais de Cacilhas, Ginjal. Ainda lá está o Posto da Guarda Fiscal.
há 10 hora
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Carlos Rodrigues Eu também já não a conheci assim, Vanda,o meu avô e os meu pais, talvez. mas gosto muito da foto, pela atmosfera dos labores da pesca desses tempos e pelas fragatas, que essas sim, ainda vi muitas. Agora há passeios no Rio com duas ou três que restaram, muito bem restaurados e com um bom almoçoa bordo, a partir do Seixal e, talvez, também de Lisboa.
há 6 horas · GostoNão gosto · 1 pessoaGonçalo Kruz Kruz gosta disto.
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Carlos Rodrigues Hi, Silvio, me too,I like the old pictures in Black and White. It does not mean that you cannot get beautiful photos or images today, with the digital system, but for the old professionals ( which I am not ) I believe there will be a lot of lost feelings, during development in dark cameras and all the direct touch / touch up, operations connected with their job, which the youngsters only know from Museeums.
há 6 horas
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Victor Nogueira Um poema ao estilo de rimance que saboreei com gosto bem como à fotografia "arqueológica", dum mar da Palha (pk este nome ?) sem veleiros ou galeras e dum rio sem pepitas de ouro trazidas pela corrente não sei de onde.
Abraço deste Kant_O
há 2 minutos
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