a Domingo, 28 de Novembro de 2010 às 23:51
.
.
No tempo em que a cor das papoilas era rubra
E os teus passos soavam por detrás de mim
Os meus pensamentos coloriam-se de azul,
E os meus olhos jovens palpitavam verdes de todo.
As nossas mãos moviam-se como pássaros
Sem lembrança dos ninhos,
As tuas mãos, violinos afinados,
procuravam as cordas dos meus cabelos
e a humidade emergia em meu redor
como gota de água tremendo no coração do estio.
Desesperadamente,
Com a alma suspensa do calor de ti
Os meus pensamentos chegavam coloridos à flor da tua pele.
Recordo ainda o primeiro dia da nossa sede.
Era Maio, o sossego da noite reinava no jardim
E a lua, enorme, prenhe de todo, cobria aquela árvore
Que ainda hoje, com as folhas perdidas
Pergunta por nós.
E por cada dia que cai,
Por cada passeio sem sentinela
Por cada dia sem chuva
Ao longo de cada silêncio meu despojada de ti e de mim
As horas das estações rolam
Desfiando os colares das contas das nossas vidas.
Hoje
Eu passo ali e fico a olhar longamente,
Com uma ternura infinita e vagamente saudosa
Aquela árvore no nosso jardim
E penso naquela paixão remota, sem espiga,
profundamente sumida
por entre o abismo dos nossos dedos sem anéis…
Clara Roque Esteves
Julho de 2009
E os teus passos soavam por detrás de mim
Os meus pensamentos coloriam-se de azul,
E os meus olhos jovens palpitavam verdes de todo.
As nossas mãos moviam-se como pássaros
Sem lembrança dos ninhos,
As tuas mãos, violinos afinados,
procuravam as cordas dos meus cabelos
e a humidade emergia em meu redor
como gota de água tremendo no coração do estio.
Desesperadamente,
Com a alma suspensa do calor de ti
Os meus pensamentos chegavam coloridos à flor da tua pele.
Recordo ainda o primeiro dia da nossa sede.
Era Maio, o sossego da noite reinava no jardim
E a lua, enorme, prenhe de todo, cobria aquela árvore
Que ainda hoje, com as folhas perdidas
Pergunta por nós.
E por cada dia que cai,
Por cada passeio sem sentinela
Por cada dia sem chuva
Ao longo de cada silêncio meu despojada de ti e de mim
As horas das estações rolam
Desfiando os colares das contas das nossas vidas.
Hoje
Eu passo ali e fico a olhar longamente,
Com uma ternura infinita e vagamente saudosa
Aquela árvore no nosso jardim
E penso naquela paixão remota, sem espiga,
profundamente sumida
por entre o abismo dos nossos dedos sem anéis…
Clara Roque Esteves
Julho de 2009
(...)
.
#
Augusto Jose
.
A N O I T E
.
A NOITE, AMANTE MINHA,
NO TEU SILENCIO ME ENCONTRO.
...
NO TEU ESCURO MAIS VEJO EM MIM.
OH CONSELHEIRA MODELAR;
OH CATIVANTE LUZ ESCONDIDA.
NOITE QUE ACALMA
NOITE QUE ANIMA
NOITE DE ESPERANÇA, DESESPERO
NOITE DOS AMANTES, DOS AMORES LOUCOS
NOITE MINHA, DOCE, CALADA MAS CATIVANTE.
OH NOITE DOS MEUS SONHOS, DOS MEUS PROJECTOS
OH NOITE LUARENTA, CELESTIAL,ANGÓNICA.
NOITE DOS ENCONTROS
NOITE DAS PICARDIAS
NOITE DOS BONS E DOS MAUS
NOITE DA VIDA E DA MORTE.
OH NOITE, NOITE MINHA
EU VOS CONTEMPLO, VOS ESCUTO, VOS RESPEITO.
TU, NOITE E EU, DOIS AMANTES GÉMEOS
AMANDO NA ESCURIDÃO, NO SILÊNCIO
MAS FELIZES PARA TODO O SEMPRE.
A. VILAÇA
há 7 horas através de : ·
#
Maria Clara Roque Esteves Bela elegia à noite. Não conheço o autor. É seu? Se sim, parabéns. Seja de quem for, é um bom poema. Obrigada pela partilha. Um abraço e votos de um bom feriado.
há 6 horas ·
#
Augusto Jose Obrigado Amiga. Sim é muito meu. Também bom feriado para si, embora molhado.
há 6 horas através de :
.
(...)
#
Victor Nogueira Grato pela partilha onde a elegia está temperada pela saudade e pela serenidade !
há 11 minutos ·
#
Victor Nogueira Creio que há dias a juventude foi tema dum debate contigo. Sobre ela escrevi o que encontras nesta hiperligação
.
ELEGIA POR UMA CERTA JUVENTUDE
.
há 2 segundos
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário