a Quarta-feira, 1 de Dezembro de 2010 às 23:04
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Do tempo que levei a sepultar palavras
Das palavras que transformei em silêncios
Dos silêncios que deixei sem repouso
Do repouso a que lancei fogos
Dos fogos que secaram fontes
Das fontes que me levaram a memória aos rios
Dos rios que sem trégua derrubaram as minhas pontes
Das pontes donde mirei abismos
Dos abismos onde redescobri a minha dimensão
Da dimensão onde instalei a minha resistência
Da resistência onde me perdi em labirintos
Dos labirintos da esperança que me restou
Construí sonhos
Para que ninguém desse conta
Que as palavras sepultaram silêncios
Condenaram vidas
Adiaram lutas
Porque num planeta sem luz
Pode nascer uma bandeira...
Clara Roque Esteves ( 2009)
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Das palavras que transformei em silêncios
Dos silêncios que deixei sem repouso
Do repouso a que lancei fogos
Dos fogos que secaram fontes
Das fontes que me levaram a memória aos rios
Dos rios que sem trégua derrubaram as minhas pontes
Das pontes donde mirei abismos
Dos abismos onde redescobri a minha dimensão
Da dimensão onde instalei a minha resistência
Da resistência onde me perdi em labirintos
Dos labirintos da esperança que me restou
Construí sonhos
Para que ninguém desse conta
Que as palavras sepultaram silêncios
Condenaram vidas
Adiaram lutas
Porque num planeta sem luz
Pode nascer uma bandeira...
Clara Roque Esteves ( 2009)
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Funchal
Imagem de Eduardo Martins
Imagem de Eduardo Martins
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(...)
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Victor Nogueira
Há sempre uma bandeira a erguer, mesmo na maior escuridão, desde que não seja a da rendição dos sonhos da Paz, da Fraternidade, da Solidariedade e da Justiça Social. Bjo do Kant_O
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Maria Clara Roque Esteves Vitor, amigo. Tens razão. Já fui corrigir. No original tenho PODE NASCER UMA BANDEIRA.... É assim mesmo. Bjos.
há 17 minutos · Gosto.
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chrissybluEYES | 19 de Fevereiro de 2008 | 175 utilizadores que gostaram deste vídeo, 2 utilizadores que não gostaram deste vídeo
. Poesia de António Gedeão
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
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