Eu Vim de Longe, José Mário Branco
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Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Uma flor vermelha n´outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
De muito longe
O que eu andei p´ra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos p´ra nos dar
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E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão
Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei p´ra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou
Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi p´ra esta força que apontou
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Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei p´ra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos p´ra nos dar
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Lágrima de Preta - António Gedeão (Letra) - Manuel Freire (Música)
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Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar
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Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado
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Olhei-a de um lado
do outro e de frente
tinha um ar de gota
muito transparente
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Mandei vir os ácidos
as bases e os sais
as drogas usadas
em casos que tais
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Ensaiei a frio
experimentei ao lume
de todas as vezes
deu-me o qu´é costume
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Nem sinais de negro
nem vestígios de ódio
água (quase tudo)
e cloreto de sódio
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Cantar da Emigração - Rosália de Castro (letra) - José Niza (Música)
Intérprete: Adriano Correia de Oliveira
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Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão
Galiza ficas sem homens
que possam cortar teu pão
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Tens em troca
órfãos e órfãs
tens campos de solidão
tens mães que não têm filhos
filhos que não têm pai
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Coração
que tens e sofre
longas ausências mortais
viúvas de vivos mortos
que ninguém consolará
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Menino do Bairro Negro - Letra e música de José Afonso
Os meios sociais miseráveis do Porto, no Bairro do Barredo estiverem na origem desta balada.
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Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
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Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz
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Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também
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Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
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Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
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Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
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Se até da gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti
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Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver
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Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
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Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
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CANTAR ALENTEJANO - Vicente Campinas (poema) e José Afonso (música)
Catarina Eufémia foi assassinada pela GNR, em Baleizão (Alentejo) a 19 de Maio de 1954, quando com outros operários agrícolas reivindicava melhores condições de vida e de trabalho.
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Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
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Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
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Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
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Aquela pomba tão branca
Todos a querem p’ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
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Aquela andorinha negra
Bate as asas p’ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar
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A morte saíu à rua - letra e música de José Afonso
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A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
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O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
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Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
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Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada hà covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação
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Canto Moço - Zeca Afonso
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Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor no ramo
Navegámos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manhã clara
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Lá do cimo duma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo duma montanha
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Onde o vento cortou amarras
Largaremos pela noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca brisa moira encantada
Vira a proa da minha barca
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Os Vampiros
(José Afonso)
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No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
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Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
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A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
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São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
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Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
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Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
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Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
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Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
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Trova do vento que passa
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é uma balada de António Portugal e Manuel Alegre do ano de 1963, estando contida no disco Fados de Coimbra cantada por Adriano Correia de Oliveira.
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Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
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Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
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Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
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Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
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Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
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Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
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E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
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Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
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Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
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Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
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E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
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Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
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E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
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Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.
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Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
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Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
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O que faz falta - Zeca Afonso
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Quando a corja topa da janela
O que faz falta
Quando o pão que comes sabe a merda
O que faz falta
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O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
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Quando nunca a noite foi dormida
O que faz falta
Quando a raiva nunca foi vencida
O que faz falta
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O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é acordar a malta
O que faz falta
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Quando nunca a infância teve infância
O que faz falta
Quando sabes que vai haver dança
O que faz falta
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O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é empurrar a malta
O que faz falta
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Quando um cão te morde a canela
O que faz falta
Quando a esquina há sempre uma cabeça
O que faz falta
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O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é empurrar a malta
O que faz falta
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Quando um homem dorme na valeta
O que faz falta
Quando dizem que isto é tudo treta
O que faz falta
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O que faz falta é agitar a malta
O que faz falta
O que faz falta é libertar a malta
O que faz falta
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Se o patrão não vai com duas loas
O que faz falta
Se o fascista conspira na sombra
O que faz falta
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O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é dar poder a malta
O que faz falta
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Canta Camarada
(Popular/José Afonso)
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Canta camarada canta
canta que ninguém te afronta
que esta minha espada corta
dos copos até à ponta
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Eu hei-de morrer de um tiro
Ou duma faca de ponta
Se hei-de morrer amanhã
morra hoje tanto conta
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Tenho sina de morrer
na ponta de uma navalha
Toda a vida hei-de dizer
Morra o homem na batalha
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Viva a malta e trema a terra
Aqui ninguém arredou
nem há-de tremer na Guerra
Sendo um homem como eu sou
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Venham mais cinco - Zeca Afonso
.Venham mais cinco, duma assentada que eu pago já
Do branco ou tinto, se o velho estica eu fico por cá
Se tem má pinta, dá-lhe um apito e põe-no a andar
De espada à cinta, já crê que é rei d’aquém e além-mar
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Não me obriguem a vir para a rua gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa e zarpar
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A gente ajuda, havemos de ser mais eu bem sei
Mas há quem queira, deitar abaixo o que eu levantei
A bucha é dura, mais dura é a razão que a sustem
Só nesta rusga não há lugar prós filhos da mãe
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Não me obriguem a vir para a rua gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa e zarpar
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Bem me diziam, bem me avisavam como era a lei
Na minha terra, quem trepa no coqueiro é o rei
A bucha é dura, mais dura é a razão que a sustem
Só nesta rusga não há lugar prós filhos da mãe
.
Não me obriguem a vir para a rua gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa e zarpar
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Trás outro amigo também
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Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
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Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
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Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
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Ouvir os poemas musicados em
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Convívio do Movimento e Contraste (35) - Convite - Canções de Abril em Maio
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