david santos
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TEMPO SEM VENTO
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Ah, maldito! Tempo,
Que me vais matando,
Com o tempo.
A mim, que não me vendi.
Se fosses como o vento,
Que vai passando,
Mas vendo,
Mostrava-te o que já vi.
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Mas tu não queres ver,
Eu sei!
Contudo, vais ferindo
E remoendo,
Como quem sabe morder,
Mas ainda não acabei
Nem de ti estou fugindo,
Atrás dos que vão correndo.
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Se é isso que tu queres,
Ir matando,
Escondendo e abafando,
Não fazendo como o vento:
Poder fazer e não veres
Aqueles que vais levando,
Mas a mim? Nem com o tempo!
David Santos
SÓ VERDADES
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NOTA do Editor - Versão completa do poema publicado em
Convívio do Tempo ... (3) - «Não Paras?»
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NOTA do AUTOR
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david santos deixou um novo comentário na sua mensagem "Postal (8)":
(...)
Quanto ao resto, tu está à vontade. Tudo o que queiras fazer com o que encontrares faz. não tens problemas. (...)
Eu não tenho a certeza se virei a conseguir esse livro, mas se conseguir, eu vou dar-to com as minhas próprias mãos.
É um livro publicado no Senegal, em francês, mas que infelizmente não possuo nenhum. Quando vim, há cinco, seis anos da Guiné-Bissau, deixei-o a um amigo padre italiano, entretanto, ele foi-se embora e eu nunca mais o vi. Contudo, já tenho algumas pessoas na Guiné-Bissau, Gâmbia e Senegal, que me prometeram tentar encontrar o livro. Se eu conseguir, entrego-to. É em francês e crioulo. "MAR SEM FIM". É ESTE O TÍTULO DO LIVRO.
Abraços
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NOTA do editor
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Este poema pode ser encontrado em:
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portuguesapoesia.blogspot - o-invendável
At 08 Fevereiro, 2007 07:55, david santos said...
É verdade. Aparentemente vergado, o homem não verga. Aparentemente, aos olhos dos outros, claro está.
A humildade, a bondade e a honra são forças que jamais alguém nos pode arrancar do espírito. Elas conjugadas, ainda que não pareça, são bombas mais pacíficas e poderosas do que todo o material bélico, incluindo a bomba atómica, juntos. Eu não digo, porque nunca o vi, mas, para alguém despido de realidades ou o tivesse visto de facto, só Deus conseguiria ter um poder aproximado. Não há que torcer. Há que ser. Tornar-se vendável, dócil, às mãos de quem maneja ou nos quer manejar, é perder tudo. É não ser, mas ser. Não ver, mas ter olhos, claro está. É andar, mas andar morto. Só o invendável vive. Vive, porque tem olhos para ver as agruras, senti-las, sem as odiar mas, sobretudo, formar-se com elas.
Obrigado.
Só um pequeno reparo. Este meu poema faz parte da minha colectânea "POESIS", publicado pela Editorial Minerva. Página 44. Esgotado há dois anos. Por isso, eu não sei, pois os anos já me vão causando mais lucidez, mas penso não o ter publicado no "SO VERDADES." De qualquer forma, não precisam do meu aval para publicarem trabalhos meus. Apenas os que estejam comprometidos com Editoras será preciso uma autorização, mas também esta parte é fácil de ultrapassar. Basta uma declaração minha, mesmo via Mail.
Obrigado pela honra que me estão a dar e, como tudo na vida, às vezes as coisas acontecem. Esse poema, pois por vezes também falamos do nosso real, sou eu.
Parabéns.
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