Composição: Raul Seixas
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Eu sou a areia da ampulheta
O lado mais leve da balança
Balança que não me aguenta
O ignorante cultivado
O cão raivoso inconsciente
O boi diário servido em pratos
O pivete encurralado
Eu sou a areia da ampulheta
O vagabundo conformado
Sem nunca se ter reformado
O que não sabe qual o lado
Espreita o pesar das pirâmides
Cachaceiro mal amado
O triste-alegre adestrado
Eu sou a areia da ampulheta
O que ignora a existência
De que existem mais estados
Sem idéia que é redondo
O planeta onde vegeta
Eu sou a areia da ampulheta
Eu sou a areia
Eu sou a areia da ampulheta
Mas o que carrega a sua bandeira
De todo o lugar o mais desonrado
Nascido no lugar errado
Eu sou, eu sou você
3 comentários:
Achei muito interessante!
Bj
Maria Mamede
Para que serviria, a ampulheta, sem a areia?
A profundidade tantas vezes ignorada, e,ou despercebida!
Gostei!
Um abraço
josé manangão
talvez a areia seja uma abstração mental de um ser que entede a grndiosidade de um relógio e a ampulheta seja como um antígeno é para a bioética ou ainda uma "braba" maldição a qual estamos seguindo mesmo sem ser areia e sim ampulheta...
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