E assim vou cumprindo a promessa...
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SE EU PUDESSE...
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Se eu pudesse ser uma andorinha
Que vem e vai nas estações previstas
Em busca de calor
Atravessando mares!
Pudesse eu ser uma andorinha!...
Pudesse eu ser uma gota de chuva
Que a seca, às vezes permite
À boca ressequida das orquídeas;
Pudesse eu ser uma gota de chuva!...
Pudesse eu ser o fluxo das marés
As fases da lua
A direcção dos ventos
O cintilar das estrelas
Ah! Pudesse eu ser!
E seria eternamente presente
Na tua vida!...
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Maria Mamede
ESCREVO? LOGO RESPIRO!
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Escrevo? Logo respiro
que a vida só é verdade
nos grandes actos de amor
e escrevendo, expondo a alma
passa a raiva, chega a calma
e até o sono é melhor...
escrevo e fico feliz
por tudo o que aparece
neste branco onde o matiz
fala da vida, da dor
das vielas do amor
das veias da dor serena;
escrevo e tudo me esquece
tudo mais é acessório
que o mundo só acontece
nesse momento ilusório
em que nasce O Poema!
O resto, pode ser lume
pode ser água salgada
pode até ser ribeirinho
a fazer o seu caminho
no tempo da enxurrada
mas não será mais que isso...
acessório e mais nada;
porque só o Poema importa
só ele me abre a porta
à plena felicidade
só ele tem o condão
de me levantar do chão
e de me dar liberdade!
Só ele traz a fragrância
que vive em mim e é distância
no mundo largo da vida
só ele é paz e é calma
doce bálsamo da alma
(pássaro de asa ferida).
E o Poema chegado
não há tempo, nem pecado
que não tenha remissão
pode mesmo ser algema
pode até ser escravidão
mas é uma janela aberta
na mente, sempre desperta
porque é libertação;
escrevo, logo respiro!
Escrever e respirar
São o mesmo para mim;
não importa qual o tema
respirar está no Poema
como o Poema em mim!...
M.M.
2 comentários:
Lindos estes poemas de Maria Mamede!
Obrigada Victor, SEMPRE!!!
Bj
Maria Mamede
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