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quinta-feira, 13 de março de 2008

Convívio do Movimento e Contraste (6) - Maria Mamede - 4 poemas


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· Maria Mamede

qua 05-03-2008 23:40

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DE AMOR E DE TERRA

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De que raças sou, fui e serei?
De que cores e credos, de que sortes?
Quantas vidas vivi e viverei?
E morri e morrerei de quantas mortes?
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Quantos amores e sonhos e 'speranças
Quantos desesperos, quantas dores
E fui mãe ou pai de que crianças?
E quantos os tormentos, os horrores?
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Quantos filhos chorei, em tantas guerras?
Quantos filhos criei e fui feliz?
Quantos corpos, quantas águas, quantas terras
Toquei, beijei. amei e fui raíz?
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E quantas vezes ainda, pra me dar?
Quantas vidas ainda a renascer?
E quantas bocas ainda, pra beijar?
E quantas mortes ainda, pra morrer?
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Entanto conformada, canto o fado
A sina, a missão, a dor que berra
E tenho mariposas a meu lado
Feitas como eu, de Amor e Terra!...

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Maria Mamede
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BRUMA
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Místico o nevoeiro se aproxima
vai envolvendo tudo em seu redor
e eu, também m'envolvo em neblina
nesta ancestral procura do amor...
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névoa muito profunda e glaciar
quando o seu amplexo me procura
serenamente me deixo abraçar
quase letal, e quase criatura...
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névoa! Baú de meus mistérios
de quanto já foi meu e eu perdi
ou que deixei além, envolto nela...
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das Celtas raízes, desidérios
dos mundos que amei e que esqueci
mas donde às vezes, sou janela!...
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Maria Mamede
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DORMIR
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...E tudo é silêncio, na casa vazia!
tudo emudece, tudo silencia
que o calor humano, nada o detém;
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foi-se o tempo farto de gente, de milhos
foram-se à vida, outra vez, os filhos
e na casa, grande, não fica ninguém!
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Fui-me embora eu, pra dentro de mim;
e que ninguém me diga :-"não fiques assim!"
como hei-de ficar na casa silente?!
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Não abro janelas, a luz é vedada
não quero sair, nem comer, nem nada
mas dormir eu quero, dormir é diferente!...
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Maria Mamede
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PELO S.MARTINHO
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Não fora o castanheiro ao pé da porta
e o Outono seguiria seu caminho
no calendário, e eu, absorta
Nem recordaria o S.Martinho...
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Antigamente, era rija a festa!
Castanha assada, regueifa, vinho novo
Poucas mais tinha como esta
Durante o tempo frio o nosso Povo.
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Que saudades deixa a nossa infância!
Que tempos de alegria em abundância
Por ser sem cuidados os caminhos...
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Como foguetes no ar, as ilusões
Estrelejam em nossos corações
E nas gargantas, pelo S. Martinho!...
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Maria Mamede
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NOTA da AUTORA


Ora então muito boa noite ao meu Amigo

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Como vem sendo costume, chego com atraso, mas como ainda não estamos na meia noite, apesar de já não faltar muito, estamos portanto e ainda no dia 5 de Março, o que quer dizer, a tempo de enviar um poema para este novo Convívio.

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E posto isto, vamos lá ao resto...

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Esperando que sirvam, envio um bj de muita Amizade.

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Foto/Logotipo de Olho de Lince em Oficina das Ideias

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1 comentário:

Filoxera disse...

Inspiração combina com movimento. Ainda bem que a da Maria Mamede não é estática.
Beijos.