" TEMPEROS E GUARNIÇÕES "
“ TEMPEROS E GUARNIÇÕES “
Ao umbelífero coentro
Tiro o chapéu, sento à mesa,
Que a coentrada é um evento
Na comida à Portuguesa.
Já o umbráculo do cogumelo,
Tem sabores de muito uso,
Mas campânula de medusa,
É preciso conhecê-lo,
Pode dar molho cremoso
E ter um gosto apurado,
Mas com pintas no telhado
Mais certo é ser venenoso
Com resultado fatal
Para quem o tenha engolido,
Como mágico e sabido
Em viagens pelo astral,
Estrangeirinhas ardilosas
E outras formas obtusas,
Não recomendo, nem uso,
Com temperos cor de rosa,
Já o rabanete ou rábão
Entra em culinária vária,
Sendo uma planta herbária,
Eleva a decoração,
E há até quem faça questão
No poder paranormal,
Que tem este vegetal
Em casos sem solução.
Também o liofilizado,
Alimento ora banal,
Em contexto virtual,
Vale o que vale o Mercado.
Outros turvam, de raiz,
O núbio preço da venda,
E entre tanta encomenda,
Paga aquele que nunca a quis.
Passar mal não é destino,
Mesmo com tempo nublado,
Mas já disse um iluminado
Que quem não come é comido.
Temos o caldo entornado…
O tacho é de ferro velho,
Se fosse Aquiles era artelho,
Pois já nasceu corroído.
Mas não basta o sal das pedras,
Para o menu equilibrar,
O que faz falta é ousar
Temperar palavras com obras,
E quem vir mal na questão
Desta guarnição a frio,
Prove os gelos do vazio
Entre restauro e Restauração.
Carlos A.N. Rodrigues, 25 / 07 / 2013
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