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Ontem terminou mais uma Festa do Avante, infelizmente ontem já não consegui ir, o médico lá tem as suas razões para além de ficar incapaz de dar um pio, a perna marota, cheia de parafusos recusou-se a dar os passos importantes, não importa entre sexta e a madrugada de sábado para domingos (cinco da manhã é madrugada) fiz o que pude: trabalhei, com aquele sentimento único da Festa do Avante, onde trocamos gracejos, sorrisos, onde sentimos o carinho que de quem vem de longe que nunca nos viu os olhos mas nos olha de frente e nos chama “Camarada!” e isso só chega, mas não foi só trabalho, encontrei amigos que só encontro fisicamente ali, amigos de longa e curta data, abracei amigos de sempre de todos os dias, vi espectáculos, exposições, conversei com calma com amigos que me conhecem desde miúda, sem a rapidez diária, atafulhada de pressas, conversas com sorrisos, gargalhadas, recordações, cantei (lá lixei a garganta, entre amigos novos e amigos mais antigos, trocando fados e clássicos de rock, com acompanhamento na viola, na batida das mãos na nessa, num copo de vinho do sul e um naco de presunto do norte, fiz a minha ronda por diversos espaços, sem nunca conseguir ir a todos, pelos espaços políticos, porque a Festa do Avante não é um Festival de Verão, é uma Festa Politica, alicerçada num modelo de sociedade, o nosso modelo, de homens mulheres, de várias idades, com várias experiências, que ali se reflectem, constroem e fazem, desconstroem e planeiam a próxima, não só como um sitio para beber uns copos, provar umas delicias gastronómicas, mas como um local onde simultaneamente se cumula um esforço, uma perspectiva, uma história de luta e de conquistas e onde se olha de frente para o futuro, um futuro que se quer assim, festivo, solidário, lutador, amigo, camarada…
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