Titá: disse ...
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Olá, Victor
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Olá, Victor
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Acho essa tua ideia, do convivio de Outono, de uma enorme generosidade e partilha, contribuindo para um maior e melhor contacto entre os que andam na blogoesfera.
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Não creio que o meu texto sobre o Outono esteja ao nível dos que já contribuiram para esta tua iniciativa. Já os li e são todos muito bons, cada um à sua maneira, no entanto, foi escrito com franqueza e não me sentiria capaz de te negar este convite.
Não creio que o meu texto sobre o Outono esteja ao nível dos que já contribuiram para esta tua iniciativa. Já os li e são todos muito bons, cada um à sua maneira, no entanto, foi escrito com franqueza e não me sentiria capaz de te negar este convite.
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Obrigada por me convidares e recebe então o meu....Outono. Envio em anexo a fotografia...
Obrigada por me convidares e recebe então o meu....Outono. Envio em anexo a fotografia...
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Mais uma vez obrigada e beijinhos...Vai aparecendo, ou neste blog ou no outro, serás sempre bem vindo!
Mais uma vez obrigada e beijinhos...Vai aparecendo, ou neste blog ou no outro, serás sempre bem vindo!
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Titá
Titá
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O Outono chegou!
Gosto de todas as estações do ano. Todas têm a sua característica, a sua própria beleza, mas o Outono deixa-me muito tranquila, atenta ao meu redor, desperta para cheiros, cores e sons.
Sintra hoje, está particularmente bonita.
Cai uma chuva teimosa, não está frio, nem vento. Está lá,como sempre, aquela ligeira neblina que insiste em viver por cima do Castelo dos Mouros.
A vegetação está fresca, cheia de vida, salpicada de gotinhas que escorregam sem pressa e caem num saltinho, que quase se ouve sobre uma terra bem castanha, que começa a ensopar e por isso larga aquele cheiro único.
Cai, do cimo da serra uma humidade que entranha na pele.
Já se vêem algumas folhas no chão. Gosto de arrastar os pés por baixo dessas folhas, mas ainda não estão naquele amarelo típico, nem secas, para fazer aquele barulhinho de papel amachucado.
Apesar disso, num olhar geral, até já se vê o amarelo torrado, o laranja e o castanho típicos do Outono.
Parece uma manta velha, com pequenos pontos de cor bordados, que se destacam aqui e acolá.
Os azuis, roxos e púrpuras das hortênsias destinguem-se vivamente!Soltam um pequeno aroma, que misturado com a humidade e o cheiro da terra molhada fazem desta Vila, nesta altura do ano, algo único...
Desço as escadinhas inclinadas, velhas, gastas mas de branco tingidas, que atravessam descaradamente paredes idosas, de amarelos claros, côr salmão, rosas deslavados, todas já bem desgastadas e começa-se a sentir o cheiro do café forte, de chás distintos e ao longe, meio dissimulado, o cheiro dos travesseiros e das queijadas acabadas de sair do forno. HUmmmm!
Ouvem-se gargalhadas que fogem dos inúmeros cafesitos que vivem por ali e, novamente, aqueles acordes de guitarra!
Olho para o lado, para aquela janela de pedra que tão bem conheço e como sempre, como habitualmente, lá está aquele homem de cabelo claro, debruçado gentilmente sobre uma guitarra velha, deixando deslizar os dedos desenfreadamente, e com um ar sofrido,dorido, triste, só.
Fico sempre enternecida com esta visão! Há pelo menos dois anos que me deparo com este quadro. Seja Verão ou Inverno, aquela janela está aberta soltando gemidos sentidos, e aquele homem está só, triste, com uma dor no rosto, que não me conforma.Seja que estação for, naquela janela, sinto sempre o Outono.
Juro! Juro que um dia destes dou um toque no vidro e meto conversa.
Digo sempre isto! Nunca o faço!
Mas regresso a casa sempre tão mais tranquila e com aquela sensação de Outono, que me é tão agradável.Apesar do ar triste daquele homem, o som daquela guitarra aconchega, tanto como a vila, que apesar de estar a perder as cores fortes do verão e a deixar-se tingir por cores mais sóbrias e tristes, me conforta e agasalha sempre.
Já tentei muitas vezes, contar, escrever, descrever aqui, sobre aquela janela, aquele homem, aquela guitarra, mas nunca fui capaz de ser justa e descrever a verdadeira candura que aquela imagem transmite. Hoje, não fui mais uma vez capaz desse feito, nem de pintar por palavras tamanha beleza, mas é Outono e, para mim, aquela é a Janela do Outono.
Gosto de todas as estações do ano. Todas têm a sua característica, a sua própria beleza, mas o Outono deixa-me muito tranquila, atenta ao meu redor, desperta para cheiros, cores e sons.
Sintra hoje, está particularmente bonita.
Cai uma chuva teimosa, não está frio, nem vento. Está lá,como sempre, aquela ligeira neblina que insiste em viver por cima do Castelo dos Mouros.
A vegetação está fresca, cheia de vida, salpicada de gotinhas que escorregam sem pressa e caem num saltinho, que quase se ouve sobre uma terra bem castanha, que começa a ensopar e por isso larga aquele cheiro único.
Cai, do cimo da serra uma humidade que entranha na pele.
Já se vêem algumas folhas no chão. Gosto de arrastar os pés por baixo dessas folhas, mas ainda não estão naquele amarelo típico, nem secas, para fazer aquele barulhinho de papel amachucado.
Apesar disso, num olhar geral, até já se vê o amarelo torrado, o laranja e o castanho típicos do Outono.
Parece uma manta velha, com pequenos pontos de cor bordados, que se destacam aqui e acolá.
Os azuis, roxos e púrpuras das hortênsias destinguem-se vivamente!Soltam um pequeno aroma, que misturado com a humidade e o cheiro da terra molhada fazem desta Vila, nesta altura do ano, algo único...
Desço as escadinhas inclinadas, velhas, gastas mas de branco tingidas, que atravessam descaradamente paredes idosas, de amarelos claros, côr salmão, rosas deslavados, todas já bem desgastadas e começa-se a sentir o cheiro do café forte, de chás distintos e ao longe, meio dissimulado, o cheiro dos travesseiros e das queijadas acabadas de sair do forno. HUmmmm!
Ouvem-se gargalhadas que fogem dos inúmeros cafesitos que vivem por ali e, novamente, aqueles acordes de guitarra!
Olho para o lado, para aquela janela de pedra que tão bem conheço e como sempre, como habitualmente, lá está aquele homem de cabelo claro, debruçado gentilmente sobre uma guitarra velha, deixando deslizar os dedos desenfreadamente, e com um ar sofrido,dorido, triste, só.
Fico sempre enternecida com esta visão! Há pelo menos dois anos que me deparo com este quadro. Seja Verão ou Inverno, aquela janela está aberta soltando gemidos sentidos, e aquele homem está só, triste, com uma dor no rosto, que não me conforma.Seja que estação for, naquela janela, sinto sempre o Outono.
Juro! Juro que um dia destes dou um toque no vidro e meto conversa.
Digo sempre isto! Nunca o faço!
Mas regresso a casa sempre tão mais tranquila e com aquela sensação de Outono, que me é tão agradável.Apesar do ar triste daquele homem, o som daquela guitarra aconchega, tanto como a vila, que apesar de estar a perder as cores fortes do verão e a deixar-se tingir por cores mais sóbrias e tristes, me conforta e agasalha sempre.
Já tentei muitas vezes, contar, escrever, descrever aqui, sobre aquela janela, aquele homem, aquela guitarra, mas nunca fui capaz de ser justa e descrever a verdadeira candura que aquela imagem transmite. Hoje, não fui mais uma vez capaz desse feito, nem de pintar por palavras tamanha beleza, mas é Outono e, para mim, aquela é a Janela do Outono.
8 comentários:
E diz a Tita que não escreve como os(as) anteriores...
que modéstia; Parabéns Tita!
Fizeste-me lembrar Cesário Verde; consegui "ver" o que descreves, pela beleza que nisso colocas; o teu Outono é realmente muito belo!
Beijo aos 2
Maria Mamede
Eu que conheço bem Sintra, ou por outra, julgo conhecer Sintra, fiquei encantada com a sua descrição. Essa mistura de cores e de cheiros!
È lindo o que escreveu e sabe uma coisa... acendeu em mim o desejo de ir até lá.
Hoje vou para Sintra. Obrigada pela feliz ideia que me deu.
Bj
Cara Maria, Obrigada, mas por favor não me compare a Cesário Verde. Agradeço, mas acredite que estou muito aquém.
Fico feliz, no entanto, por teres gostado, por teres conseguido "ver", sentir um pouco da beleza que vivi naquele momento.
Um beijo
Cara Estrela Cadente, abrigada pelas suas palavras. Vale a pena brincarmos com as palavras quando um dos resultados é levar mais pessoas a visitar esta vila maravilhosa.
Um beijo e mais uma vez obrigada
como eu hoje de tão longe e tão depressa fui a sintra...
obrigada
por cá não tem chovido, já cairam muitas folhas, o amarelo já passou a doirado... mas o outono parece não ter chegado ainda.
nos meus passeios de domingo no parque da cidade, a minha bicleta passa por cima das folhas e oiço o maravilhoso "barulhinho" do papel a amachucar.
lindo este texto que li.
beijos
luísa
ps - também acho esta ideia do victor muito generosa.
Fui ao seu blog e gostei do que vi, muito mesmo.
Quero agradecer-lhe as suas amáveis palavras sobre o meu blog, e a força que me deu, quando eu estava tão indecisa sem saber se devia ir ou não.
O caminho até lá não foi propriamente "O mistério da estrada de Sintra", mas foi isso sim a aventura do comboio de Sintra.
Mas isso eu vou contar no meu blog.
Sintra está um espectáculo de côr, não apetece sair de lá.
Creio que se chama Av. dos Combatentes do Ultramar, não tenho bem a certeza do nome, porque despistada como sou, ando sempre de cabeça no ar, foi onde estive mais, e mais fotografei.
Onde está o tal senhor que toca e a encanta?
Acho muita modéstia da sua parte!
E da minha parte...peço desculpa tinha que dizer!
Adorei! Lindo texto e muito bem escrito.
Beijos estrelados
Obrigada a todas. Fiquei emocionada com o vosso incentivo.
Um beijo enorme para todos.
PIn gente, saber que consegui trazâ-la até aqui é o maior dos prémios...
Estrela, calculo o tipo de aventura que teve no comboio...ehehe conheço bem essa linha. O Senhor da Guitarra está numa das escadarias inclinadas da praça da república, ao pé do palácio das chaminés.
belisa, muito obrigada. beijos
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