Na noite (a publicar)
Nas noites que trazem o cheiro do alecrim
espreguiço-me no lençol de linho da cama alva.
Ainda há pouco me lançavas no ouvido
papagaios coloridos de papel
e eu soltava-os ao ritmo da imaginação
que é de tudo raíz, fruto e flor.
A felicidade caminha em mim
como se fosse um animal sedento
e eu espreguiço-me de novo
deixando pequenas nesgas de luar
marcarem o meu corpo.
E a tua boca é sagrada
porque sabe comer as luas e torná-las deuses.
E a tua boca é uma fera
que bebe o meu regato, come a minha flor nascida
e se afunda exausta nas grutas palpitantes.
O meu suspiro entra e sai da tua boca
e tudo sabe a sal, a mosto, a chuva.
Tudo sabe a desassossego, a música habitada,
a felicidade a consumir antes que acabe o prazo.
Acordo do meu sonho e tudo sabe a nós.
© Margarida Piloto Garcia.
(todos os direitos reservados) — com Manuela Silva e 131 outras pessoas.
Nas noites que trazem o cheiro do alecrim
espreguiço-me no lençol de linho da cama alva.
Ainda há pouco me lançavas no ouvido
papagaios coloridos de papel
e eu soltava-os ao ritmo da imaginação
que é de tudo raíz, fruto e flor.
A felicidade caminha em mim
como se fosse um animal sedento
e eu espreguiço-me de novo
deixando pequenas nesgas de luar
marcarem o meu corpo.
E a tua boca é sagrada
porque sabe comer as luas e torná-las deuses.
E a tua boca é uma fera
que bebe o meu regato, come a minha flor nascida
e se afunda exausta nas grutas palpitantes.
O meu suspiro entra e sai da tua boca
e tudo sabe a sal, a mosto, a chuva.
Tudo sabe a desassossego, a música habitada,
a felicidade a consumir antes que acabe o prazo.
Acordo do meu sonho e tudo sabe a nós.
© Margarida Piloto Garcia.
(todos os direitos reservados) — com Manuela Silva e 131 outras pessoas.
**Victor Nogueira quando quem escreve encanta e seduz, o que se lê não é talvez o que o escriba codificou em caracteres, despojadamente ou com rendilhados, mas aquilo que o leitor-espectador lê, melhor ou pior, aquilo em que se projecta ou revê, por vezes narcisísticamente, tantas vezes num turnilhão de emoções e sensações que na realidade e na alvorada alvoreada se desfazem em sombras ou negro de fumo. Bjo, Margarida Piloto Garcia
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