Já não me interessa de todo o que dizem as estátuas do poder
Mas admito que gosto da ideia de ter de ir aos CTTs ao Brasil.
Não acredito em milagres nem me impressionam as palavras
Ou os dentes com que me mordem o ordenado.
Vejo, claramente, que na Europa a morte amadurece.
Por aqui, este cenário de ópera bufa, pouco transparente,
Também já não me deixa petrificada.
Novos e velhos, em sobressalto, consumidos vagarosamente,
Ficam ou “saltam”, e eu, completa e fechada
Relembro de novo o perfume sensual dos poetas.
E confesso um enorme desejo:
Mandar para o lixo ou à merda os inúmeros números compactos
Com que tentam amassar-me a alma.
Agora é inútil!
No meu espaço já não há espaço para sermões em particulas ou duodécimos.
Não mais serei infeliz por eles
E olho de costas os dias que perdi empurrando o sono
E puxando a vida por um fio.
Nem flagelada nem lazarenta.
É inútil tentarem crucificar-me. O meu negócio é igual à saída do ébrio:
Esqueço estes publicitários e estendo-me no tapete a rir, a rir, a rir...
Dizem que gastámos muito?
Pois bem, vou gastar ainda mais... desta vez em rolhas de cortiça.
Barreiro, 2 de Junho de 2013
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