Poema para um amigo triste
Quando tudo parece negro à sua volta
Em que mar azul ou verdes campos
Mergulha o parco sentido da sua vida?
Sempre névoa, noites ulceradas, sonhos em embrião,
Sem sentido de nada assim definha.
Nem choro nem raiva: vida seca, palavras cinza
Penteando histórias alheias até à exaustão do mundo..
Na Ilha ( mar do seu desejo) uma chuva silenciosa, permanente, cansativa,
E na poeira verde dos campos cabem mil séculos de memórias espezinhadas.
Navegante da terra e do sonhar,
Rasteja para a morte cansado de fugazes venturas
Esperança caindo a pique, trazendo fantasmas e agruras.
Entre a terra que cegamente pisa
E a terra a mulher e o mar que as garras do desejo anseiam,
Um sopro de luto.
Mede a lonjura a palmo e a água a dedais de dor.
Abraça a labareda da luz num vaivém sem princípio nem fim
Mas ainda acalenta a esperança no silêncio de cada imagem que adivinha,
Lhe entra pela noite e inunda o quarto de sonhos e frutos que cheiram a pomar.
Um jardim de horas mortas entra no seu corpo e irradia um esplendor a vida.
É a linha da felicidade, a luz que falta nos seus olhos, a sua mão em outra mão.
A dor vai encolher e exalta dentro de si a ternura dos poetas….
Quero rosas brancas e uma infinda alegria!
Clara Roque Esteves ( 2013)
Quando tudo parece negro à sua volta
Em que mar azul ou verdes campos
Mergulha o parco sentido da sua vida?
Sempre névoa, noites ulceradas, sonhos em embrião,
Sem sentido de nada assim definha.
Nem choro nem raiva: vida seca, palavras cinza
Penteando histórias alheias até à exaustão do mundo..
Na Ilha ( mar do seu desejo) uma chuva silenciosa, permanente, cansativa,
E na poeira verde dos campos cabem mil séculos de memórias espezinhadas.
Navegante da terra e do sonhar,
Rasteja para a morte cansado de fugazes venturas
Esperança caindo a pique, trazendo fantasmas e agruras.
Entre a terra que cegamente pisa
E a terra a mulher e o mar que as garras do desejo anseiam,
Um sopro de luto.
Mede a lonjura a palmo e a água a dedais de dor.
Abraça a labareda da luz num vaivém sem princípio nem fim
Mas ainda acalenta a esperança no silêncio de cada imagem que adivinha,
Lhe entra pela noite e inunda o quarto de sonhos e frutos que cheiram a pomar.
Um jardim de horas mortas entra no seu corpo e irradia um esplendor a vida.
É a linha da felicidade, a luz que falta nos seus olhos, a sua mão em outra mão.
A dor vai encolher e exalta dentro de si a ternura dos poetas….
Quero rosas brancas e uma infinda alegria!
Clara Roque Esteves ( 2013)
Sem comentários:
Enviar um comentário