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Sobretudo o limão no arroz – doce
E a canela no pastel de nata,
É o que nos ajuda, à superfície,
A dar gosto à boca aberta
Perante o que se passa e custa a passar
No goto, mas tudo se engole,
Por via da Esp´rança, que é uma mulher
Que pinta promessas de ovos moles
O que, à falta de melhor, nos serve
De antídoto doce, até certo ponto,
Para o que demais nos escassa e ferve
No estômago provocando o vómito.
À defesa e, não obstante, a faca
Na liga, para mandar tudo às urtigas,
O importante, é um corno de vaca
Pendurado numa porta antiga
Ou se não puder ser, uma ferradura,
Tendo sempre presente que o coice
Nos dentes, não é nosso, é da conjuntura
Democrática, que mais parece a dita dura
Homologia do retorno à vaca fria,
Agora apetecia-me outro menu,
Um acém ou bife da vazia,
Mas se só me dás ossos, chupa-os tu,
Se disserem que eu o disse, nego,
Que até chamar-lhes o que são dá multa,
Olha, Espr’ança, traz-me, aí, um prego
(A)fiado e meia dose de cicuta.
Carlos A.N. Rodrigues, 15 / 06 / 2012
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