Quando
Quando eu partir
Deixem-me ir assim descalça
E mãos abertas ao lamento dos pinhais
Onde os búzios têm a insólita cor
Dos prados de giestas
E o silvo das aves perc orre a pradaria
Num pulsar de asas como ecos
De melodias de melancólica cadência
A evocar o tempo das camélias
O sitio onde o rosmaninho oculta a gruta
Onde uma nascente de água sulfurosa
acolhe os segredos que a noite esconde
E ao entardecer o balançar das flores
Terá para mim o mesmo efeito
De uma derradeiro gesto de amor
No caminho onde as sombras
Afastam os temores
Porque iluminadas
Junho 2013