Viva a Vida !

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segunda-feira, 19 de março de 2012

Maria Jorgete Teixeira ~~ Ao meu pai



    • Para onde foste tu, meu pai,
      que não te reconheço no teu corpo?
      Para onde foi a tua voz,
      onde se esconderam os teus risos?
      Para onde se dirigirão hoje os teus passos?
      Onde está o ser que te animava?
      O teu pensamento para onde voou?
      Quem irá agora telefonar-me no domingo à tarde?
      Quem irá colher, para mim, as melhores maçãs?
      Para onde foste tu, meu pai, que não te encontro
      No invólucro vazio do teu corpo?


      Penso que ficarás espalhado pelos montes que amaste
      Nas gentes que falarão de ti com respeito
      No vermelho das cerejas que até há pouco colhias
      Nas águas que em cascata descem da serra
      Nas videiras que ergueste
      Numa gota de mel.


      Os teus passos ressoarão ainda pela casa
      E o teu assobio virá contigo quando chegares em pensamento.
      E em cada um de nós, os que te amamos, permanecerás.


      M J Teixeira



      28 de Junho de 2008
    • Escrevi este poema dois dias depois da morte do meu pai, a quente, foi tal e qual como saiu...

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