- Há muita gente que não sabe que no século 19 houve fado de intervenção até ao inicio do fascismo. O último fadista de intervenção, de nome João Black, morreu na década de 50 do século 20
- Depois é que o fascismo controlou tudo através da censura. E este fado morreu.
- O que eu estou a fazer é repor essa ligação perdida. A outro nível também
- Sexta-feira
- Um dos fadistas é um tipo que escrevia admiravelmente bem e o seu nome era Avelino de Sousa
- Os fascistas serviam-se do fado mas não gostavam dele, sobretudo na sua vertente interventiva
- O lançamento do meu álbum é no dia 17 de Março em Lisboa.Vais lá estar?
- Onde é?
- Na livraria «Ler Devagar», em Alcantara, às cinco da tarde
O livrinho vem com as letras do CD.Vou já mandar-te tudo.- Já te mandei tudo. Por aí já podes ver o meu trabalho. Os músicos fizeram um trabalho excelente. Eu acho que tive sorte. Fica um trabalho para a «posteridade». Deu-me muito trabalho mas também deu-me imenso prazer fazê-lo.
João Black ~ Fado anarquista
Album «fado de intervenção»
por Aristides Silva a Sábado, 3 de Setembro de 2011 às 11:12 ·SINTO O MUNDO A TRANSPIRARAqui do meu jardimEu vi o Sol beijar a LuaAli perto é PequimJá com o Mao em desventuraAqui neste cantinhoTudo é pequeno tudo é divinoAqui do meu fortim, canto sózinhoREFRÃODaqui deste jardimEu sinto o Mundo a transpirarParis ou BombaimCom toda a Terra a ressacarNew Yorque ou de BerlimEu sinto a guerra a ribombarAqui no meu jardimEu vou ficarCrescer na coaçãoDe ser o sim ou o reversoViver esta paixãoDe ter o fim de cada versoAmar a cada irmãoDo Alcorão ou do inversoAmar em comunhão do universo
Aristides Silva Estes são os versos da primeira faixa do Álbum. Esta letra e música, nasceram em Agosto de 2008, exatamente no jardim da minha casa da Graciosa, aí pelas duas da manhã, quando já se cheirava a aproximação tempestuosa de crise.
Em 2006, quando os defensores do modelo neoliberal estavam em êxtase acreditando na infalibilidade do sistema, eu escrevi «neste mundo desigual». Poderia ter chamado a este fado «O fado da Globalização». Nesta letra eu foco fundamentalmente as assimetrias sociais e o «inivitavel» desaparecimento da classe média.
3 de Setembro de 2011
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