" TRANSPARÊNCIAS "
Cidade ondulada, talhada a cinzel,
Menina dos olhos claros do Tejo,
Espelhando colinas, seios, desejo
De antigas ninfas em gesta sensual.
Não fora o presente tão desigual,
Mentiria a verdade do que vejo,
Faria um vitral do Eros, sem pejo
E da luz transparente um festival.
Mas Lira, assim vibrada, me atordoa
O futuro fero e meio deserto,
Que quando abro a janela se insinua
Lua que me assombra de tão perto,
Que o vidro quebra a luz, parte Lisboa
E à noite é que me dói o Fado incerto.
.
(...)
.
Victor Nogueira
Olá, Carlos. Ao teu soneto de Lisboa que amo retribuo com Eugénio de Andrade
.
Alguém diz com lentidão:
"Lisboa, sabes..."
Eu sei. É uma rapariga
descalça e leve,
...um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus
e degraus até ao rio.
Eu sei. E tu, sabias?
(Eugénio de Andrade)
há 8 minutoAlguém diz com lentidão:
"Lisboa, sabes..."
Eu sei. É uma rapariga
descalça e leve,
...um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus
e degraus até ao rio.
Eu sei. E tu, sabias?
(Eugénio de Andrade)
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