por Maria Jorgete Teixeira a Domingo, 1 de Julho de 2012 às 19:31 ·
Está sol mas não o sinto. Um teto de nuvens entrou pelas janelas semi abertas. Baixou e tomou conta do ar, que absorveu, e por isso abro a boca como um peixe fora do aquário... tento sobreviver agarrada às paredes, escorrego e fico estrebuchando no chão. Corvos entram e ensurdecem-me com o seu grasnar, que não suporto , quanto mais tento afastá-los mais nascem , tomam conta de tudo, gritam e rodopiam, gritam e rodopiam...
Atiro palavras contra a cal branca e elas voltam repetidas mas prenhes de água, tão cheias que me arrastam pelas ruas. Vou caindo e rolando, a mim se juntam folhas ressequidas, pétalas sem cor, pedras, troncos…
A caminho do cais já não sou eu, mas sou a terra e o mar, o ar e o fogo que ainda em mim queima, teimosamente…
Ninguém sabe da tempestade, nem das corolas arrancadas, nem das aves que gritavam…
Só eu…
mjt..
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