Margarida Piloto Garcia
FADO
Sombrias noites de luas escurecidas
sem luar.
Flashes de luzes despóticas
que impedem de te abraçar.
Traumas de vida...corrente,
na penumbra de um olhar.
E entre abraços e carícias
as caravelas percorrem, velas enfunando ao vento,
toda esta tremenda vida, ungida no verbo amar.
Amar, querer, possuir,
escolhos num mar de emoções.
O verbo é apenas um e vem de dentro de nós.
Algas enredam-te a vida
em tramas de renda negra.
E a ausência é uma paixão
de caminhos percorridos e de medos perturbados.
Coroas de espinhos despertam gemidos na tua voz,
cravados nas minhas mãos.
Falta o alento do ser-se,
um olhar que nos percorre.
São dedos frios que nos mentem,
que nos tolhem,
que nos colhem.
De tão fremente essa boca, destila raros sabores,
torna-se em mim um tormento, uma sina, uma voz.
É quase um fado vadio quando apareces na esquina.
Escondo envergonhada a voz que cala o grito voraz.
Explodem ondas no olhar,
ancoram almas perdidas.
Arquitectas Babilónias feitas de teias de aranha.
Rasgo-as em passos de dança
para as poder percorrer,
bebê-las em devaneios
sem nunca me saciar...
E quando as tardes me ferem
e me suspiram a alma, numa cadência de morte,
são as sombrias noites que te trazem
em minutos de desordem
num caos quase perfeito.
Margarida Piloto Garcia
— com Augusto Santos e 46 outras pessoas.Sombrias noites de luas escurecidas
sem luar.
Flashes de luzes despóticas
que impedem de te abraçar.
Traumas de vida...corrente,
na penumbra de um olhar.
E entre abraços e carícias
as caravelas percorrem, velas enfunando ao vento,
toda esta tremenda vida, ungida no verbo amar.
Amar, querer, possuir,
escolhos num mar de emoções.
O verbo é apenas um e vem de dentro de nós.
Algas enredam-te a vida
em tramas de renda negra.
E a ausência é uma paixão
de caminhos percorridos e de medos perturbados.
Coroas de espinhos despertam gemidos na tua voz,
cravados nas minhas mãos.
Falta o alento do ser-se,
um olhar que nos percorre.
São dedos frios que nos mentem,
que nos tolhem,
que nos colhem.
De tão fremente essa boca, destila raros sabores,
torna-se em mim um tormento, uma sina, uma voz.
É quase um fado vadio quando apareces na esquina.
Escondo envergonhada a voz que cala o grito voraz.
Explodem ondas no olhar,
ancoram almas perdidas.
Arquitectas Babilónias feitas de teias de aranha.
Rasgo-as em passos de dança
para as poder percorrer,
bebê-las em devaneios
sem nunca me saciar...
E quando as tardes me ferem
e me suspiram a alma, numa cadência de morte,
são as sombrias noites que te trazem
em minutos de desordem
num caos quase perfeito.
Margarida Piloto Garcia
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