É preciso, Amor, ser-se leal
Sentir em cada dia o teu sal
Da saudade que o amor afasta.
Porque toca o violino
Em vão, sem tempo, sem fé
Num choro de engano divino
De alguém que morre de pé?
Não quero mais cordas cansadas
Deitei a saudade fora
Rasguei pautas desfolhadas
Esforço de mãos enrugadas
Esforço militante cor de amora.
Em vão sonhaste com rosas
E nem protestei sequer
Servi a palavra sem dor
Paguei sem sentido rancor
Branco sorriso de malmequer.
O tempo que foi já não volta
E as cordas do teu violino
Que tocavam nota solta
Hasteando bandeiras de revolta
Escondem hoje um choro de menino.
Afinal, Amor, estás perdido no destino.
O teu sonho voa, tu choras e eu oiço um outro violino…
Clara Roque Esteves( Setembro de 2009)
RECANTO DA POESIA EM VERSO E PROSA
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