Victor,
Como combinado agorinha mesmo aqui vai: (lamento, mas acho que é quase uma treta, isto que escrevi!)
Hoje, ontem, amanhã
oiço esta voz, é a Vida que me chama.
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Assim volto sobre mim as páginas deste livro
que escrevo e contudo
áh contudo, limpas alvas brancas
ainda estão as páginas
que teimosamente ouso escrever.
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Em todos os dias
nos quais invento
a pluma azul do poema,
liberto-o escancarado nas asas do vento
como ponte no eterno
de todas as coisas e cores,
soltam-se então em palavras
que digo sem nunca o dizer,
a liberdade do ser e acontecer
neste caminhar único e ausente
das coisa do ter.
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Grito ao escrever esta alma
vagueando entre espaços e silêncios,
em sussuros do eu.
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Mas o poema se é o que escrevo,
esse liberto-o pelo mundo
e hoje ontem amanhã,
canto a minha oração
de um silêncio de ouro colorido,
onde os Homens apenas digam
a seu irmão
Este Mundo É Possível!
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Maria Lua
21 Março 2009
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Têm cheiro as palavras
Têm
Cheiro as (tuas) palavras
Quando escorreitas
Te escorrem por entre os dedos
Vibrantes, puras
Que se vestem da cor do maduro morango.
Destino, direcção
Vogam no horizonte
Atravessam desertos
Noites escuras de breu tintas
Mares encapelados
De prenhes ilhas
Furtadas a desolada solidão
E Asas,
Voam as (tuas) palavras
Em cores ousadas
Nas paletas coloridas
De sonhos que se silenciam
Ah, e movimento
Esbeltas, enigmáticas
Cruzam os ares
Como graciosas bailarinas
E desenham esculpindo
Frágeis e belas espirais
De pérolas embutidas
Têm cheiro
As palavras
E são engraçadas
Quando gaiatas, caprichosas
Brincam namorando
Como voo de andorinhas.
Maria da Lua
Dezembro, 22/2008
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Hoje sonhei-te amor
Eras verde, cálido, ameno
Porém trazias em ti
Um certo cheiro
Sabor a sal
Hoje amor sonhei-te.
Nem sei se te sonhei
Ou se somente
te vislumbrei
e também acho que não sei do que eram feitas
as tuas lágrimas, e os teus abraços
e também, a que sabiam as tuas gargalhadas
se a mel, sal ou limão
porem,
sonhei-te amor.
Trazias contigo
O verde das águas revoltas
E o vento que baila
Na liberdade das planícies
Vestias-te do amarelo das searas
Exalavas o perfume dos trigos
Hoje
E apenas hoje
Sonhei-te.
Dei-te
Um rosto, um nome, um lar
Dei-te pai, mãe
Dei-te um jardim
E flores com aroma a jasmim.
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Maria da Lua
(algures em 2009)
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Beijo Victor, fica bem
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Paula Maria
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