Instinto de sobrevivência
Como não acredito,
a chuva pouco me molha os olhos
e o estômago tem a dureza dos anos.
Tudo é tão depressa
que a palavra é difícil e transpirada.
Tudo é suportável
porque estou aqui, no impossível,
e existo, mesmo que seja um milagre
primitivo e demolhado em sangue.
Vejo de fora para dentro
o amor a cair em desuso
e eu a correr para uma equação forasteira.
Ávida de mim, digo que quero ainda
que renego incêndios apagados
e que nem tudo se perdeu.
Afinal, tenho alma de vento
e uma boca cheia de gritos.
Ser poeta de faz-de-conta
é apenas instinto de sobrevivência.
© Margarida Piloto Garcia.
( todos os direitos reservados ao abrigo do código do direito de autor)
Foto de Ralph Gibson
Como não acredito,
a chuva pouco me molha os olhos
e o estômago tem a dureza dos anos.
Tudo é tão depressa
que a palavra é difícil e transpirada.
Tudo é suportável
porque estou aqui, no impossível,
e existo, mesmo que seja um milagre
primitivo e demolhado em sangue.
Vejo de fora para dentro
o amor a cair em desuso
e eu a correr para uma equação forasteira.
Ávida de mim, digo que quero ainda
que renego incêndios apagados
e que nem tudo se perdeu.
Afinal, tenho alma de vento
e uma boca cheia de gritos.
Ser poeta de faz-de-conta
é apenas instinto de sobrevivência.
© Margarida Piloto Garcia.
( todos os direitos reservados ao abrigo do código do direito de autor)
Foto de Ralph Gibson
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