SEXTA-FEIRA, 26 DE JULHO DE 2013
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SONS & TONS
Cheira a Lisboa
Antunes Ferreira
Creio que toda a malta sabe que adoro o fado. Com os meus 16/17 aninhos até o cantei, na TOCA do grandíssimo Carlos Ramos (que achava que eu tinha jeitinho…); recordo-me – como o podia esquecer?... de ele me ter convidado a acompanha-lo no Não venhas tarde, o que fiz, carregado de nervoso miudinho… que, mal soaram a guitarra e a viola me passou sem grande esforço.
O meu saudoso Pai, também Henrique Ferreira fechava os olhos, piedosamente, a esses arrobos de juventude; porém a Dona Glória, minha Mãe, que administrava a justiça lá em casa, com sentenças à base da colher de pau, tirou-me o pio. Disse que eu tinha sim de estudar. Penso que dessediktat resultou a perda de uma carreira para a música portuguesa que se antevia plena de sucesso…
Daí que hoje me permita inundar este blogue; não me contento com uma, mas dez interpretações, inclusive de estrangeiros, com um fado-canção (?), melhor dizendo uma marcha (?), ou outra coisa mais, o que para o caso nem interessa, porque cheira a Lisboa. Exactamente, o Cheira a Lisboa. Melodias portuguesas que se tenham tornado universais há poucas. Coimbra e Uma Casa Portuguesacorreram mundo com êxitos assinaláveis e assinalados. E, de novo, com o Cheira Bem, Cheira a Lisboa o sucesso repetiu-se. Cantaram-na e cantam desde a grande Amália Rodrigues, passando pela popularíssima Anita Guerreiro e, nos dias de hoje, uma das fadistas mais bonita a Ana Moura
É, na verdade, um caso sério de popularidade que andou e anda por tudo o que é sítio. Não posso deixar de referir aqui que a minha querida Gatonamiga administradora (COE) e directora-geral do blogue Felina (felinaa.blogspot.pt) me deu uma colaboração simpatiquíssima como sempre, ao autorizar-me o uso da versão cirílica. Nestas coisas, um pouco de reconhecimento nunca fez, nem faz, nem fará (se fosse o Palha “ocupas” do palácio de Belém seriafaçará…) mal a ninguém…
Num momento de crise e de autoridade, ops, austeridade (a primeira também é verdadeira, até com uns laivos de salazarismo!) faz-nos bem ao ego saber que uma canção portuguesa atingiu uma dimensão que não é vulgar, muito antes pelo contrário. Que se lixe a troika, diz o Povo, o tal que cheirava mal dos pés e dos sovacos, como se dizia no tempo da outra senhora ou seja o enfatuado e simultaneamente criminoso Estado Novo. Diz e muito bem, que o mesmo é dizer com inteira razão. Não obstante ser ela e a Frau Merkel quem mandam neste pobre Portugal, temos de nos orgulhar com o Cheira a Lisboa e orgulharmo-nos de ser Portugueses. Valha-nos isso, porque isto está tão mal…
NE - Esta é mais uma nova secção que hoje começamos a publicar. Se quiserem fazer o favor de me dizerem em comentários o que pensam dela, muito obrigado. Os que não gostam do fado (Património Imaterial da Humanidade) podem dizer mal; podem e... devem. Os meus agradecimentos
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