MULHER DO POVO
É flor do linho e gestuais diferenças
Na senda do chegar e do partir
É lendas e canções e velhas crenças
... Cravadas nos flancos do porvir;
É amargas derrotas, subtis conquistas
Terra esventrada por ti se és charrua
Força que te empurra pra que não desistas
É corpo vestido na alma mais nua...
É cheiro a pão cozido, a comida na mesa
É sabor e cheiro a casa, à nossa infância
Toldado olhar de alegria ou de tristeza
Voz do passado que não tem distância;
E é forno aceso é lareira sempre em brasa
É capuchinha de burel, croça de palha
É bilha de água fresca quando o verão abrasa
É o chapéu de copa alta para a malha.
E é Deu-la-deu Martins, é Maria da Fonte
E a que em Aljubarrota foi mortal guerreira
E é todas as Marias que do mar ao monte
Algures, um dia, foram a Pátria inteira.
E é tosquia, é ordenha e fumeiro e bragal
Esposa, filha, irmã, amiga, amante e Mãe
É a Mulher, mulher do Povo, é Portugal
E é todo o meu País, sem ser ninguém!...
Maria Mamede
MULHER DO POVO
É flor do linho e gestuais diferenças
Na senda do chegar e do partir
É lendas e canções e velhas crenças
... Cravadas nos flancos do porvir;
É amargas derrotas, subtis conquistas
Terra esventrada por ti se és charrua
Força que te empurra pra que não desistas
É corpo vestido na alma mais nua...
É cheiro a pão cozido, a comida na mesa
É sabor e cheiro a casa, à nossa infância
Toldado olhar de alegria ou de tristeza
Voz do passado que não tem distância;
E é forno aceso é lareira sempre em brasa
É capuchinha de burel, croça de palha
É bilha de água fresca quando o verão abrasa
É o chapéu de copa alta para a malha.
E é Deu-la-deu Martins, é Maria da Fonte
E a que em Aljubarrota foi mortal guerreira
E é todas as Marias que do mar ao monte
Algures, um dia, foram a Pátria inteira.
E é tosquia, é ordenha e fumeiro e bragal
Esposa, filha, irmã, amiga, amante e Mãe
É a Mulher, mulher do Povo, é Portugal
E é todo o meu País, sem ser ninguém!...
Maria Mamede
É flor do linho e gestuais diferenças
Na senda do chegar e do partir
É lendas e canções e velhas crenças
... Cravadas nos flancos do porvir;
É amargas derrotas, subtis conquistas
Terra esventrada por ti se és charrua
Força que te empurra pra que não desistas
É corpo vestido na alma mais nua...
É cheiro a pão cozido, a comida na mesa
É sabor e cheiro a casa, à nossa infância
Toldado olhar de alegria ou de tristeza
Voz do passado que não tem distância;
E é forno aceso é lareira sempre em brasa
É capuchinha de burel, croça de palha
É bilha de água fresca quando o verão abrasa
É o chapéu de copa alta para a malha.
E é Deu-la-deu Martins, é Maria da Fonte
E a que em Aljubarrota foi mortal guerreira
E é todas as Marias que do mar ao monte
Algures, um dia, foram a Pátria inteira.
E é tosquia, é ordenha e fumeiro e bragal
Esposa, filha, irmã, amiga, amante e Mãe
É a Mulher, mulher do Povo, é Portugal
E é todo o meu País, sem ser ninguém!...
Maria Mamede
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