* Maria Mamede
A minha Cidade não se chama Lisboa
não tem cheiro a sul
nem por ela passa o Tejo
mas como ela, tem Nascentes
leitosos e marmóreos...
na minha cidade os Poentes são de ouro
sobre o Douro e o mar
e só ela tem a luz do entardecer
a enfeitar o granito,,,
na minha cidade, tal como em Lisboa
há gaivotas e maresia
mas não há cacilheiros no rio
há rabelos
transportando nectar e almas...
da minha cidade nasce o Norte
alcantilado, insubmisso
e o sol, quando chega, penetra-a
delicadamente, carinhosamente
depois de vencido o nevoeiro...
na minha cidade também há pregões
gatos, pombas, castanhas assadas e iscas
e fado pelas vielas, pendurado com molas,
como roupa a secar nos arames...
a minha cidade tem também tardes languescentes
coretos nas praças
velhos jogando cartas em mesas de jardim
e o revivalismo de viúvas e solteironas
passeando de eléctrico...
é bem verdade que na minha cidade
a luz, não é como a de Lisboa
mas a luz da minha cidade
é um frémito de amor do astro-rei
a beijá-la na fronte, cada manhã!...
2 comentários:
Pois é meu Amigo! embora não tenha nascido no Porto, a cidade que há muitos, muitos anos adoptei como minha é o Porto; esta granítica cidade onde a luz é quase sempre coada e a névoa vem deixar adivinhar maravilhas. Digam o que disserem, a minha Cidade é duma beleza indescritível; por mais que eu e outros/as a consigamos dizer, tudo o que conseguirmos ficará sempre, sempre, aquém do seu merecimento.
E também canto a terra onde nasci, que tem lugar no meu coração como "A minha Aldeia", pois aldeia era na época em que vim ao mundo; e embora hoje já seja cidade, vai permanecer em mim, com a beleza simples do início!
Bj e obrigada sempre.
Maria Mamede
Que deliciosas palavras!
Gosto muito do Porto.
Um beijinho aos dois.
Enviar um comentário