Magritte - Luce polare
.
* Maria Silvestre
.
.
14 Agosto 2008
Nada, nada...
que quereis que vos diga?
Ficai aí, reluzentes e estúpidos,
olhando pra mim.
Mas não vos fixeis por demais!:
pode ser que eu decida
lançar-vos fogo, vendavais,
comida, bolor, sangue de rapariga...
Ficai aí onde estais!
Porque, se vos aproximais
sulco-vos com o meu amor:
e ficais perdidos, pobres, tristes...
Pois descobrireis
que não vale a pena viver entre cordéis
à espera da mão divina
que vos abra o coração
e exponha o ventrículo da coragem
de ser pequenino.
1 Abril 87
Maria Silvestre
Acerca de mim
Sou amante de inumeráveis poetas. Herdei este amor da minha mãe. O resto perceberão se tiverem paciência para me acompanharem por aqui. A fotografia do perfil é do verão de 1970, da autoria de um fotógrafo de Sintra para onde tinha viajado com quase toda a família. O meu pai descera em Lisboa para o enterro do Salazar (era uma pessoa bondosa e extraordinariamente inteligente, apesar de gostar do ditador); segui com a minha mãe (a Matriarca da família e desde sempre da oposição), a minha avó (a pessoa que mais me amou) e a minha irmã (metade de mim) para passar uma férias em casa de uma prima no Lourel. Foi nesse ano que comecei a devorar o Júlio Verne e os clássicos adaptados para crianças. Depois fui descobrindo os poetas da minha mãe, até que cheguei aos meus.
.Nota do Editor deste Blog
.
Victor Nogueira
.
.
1 comentário:
O Victor não precisa exagerar.
Shakespeare é para mim o mais escritor de sempre, perante ele caio de rastos.
Mesmo assim, obrigada.
Enviar um comentário