O amigo e poeta Antonio Joaquim Alves iniciou esta Ciranda, convidando-me a participar postar um poema por dia, durante cinco dias e convidar um outro amiga/o a fazer o mesmo. Hoje publico o meu quarto poema e convido o poeta Evaldo Caetano a prosseguir com a ciranda.
DESPINDO A NOITE
Por Silvia Mendonça
Noites semblantes deslizam bronzeado
[insinuantes corpos]
Penumbras nirvanas fingem esconder
[levianos atrevimentos]
Frestas desatentas penetram timidez
[colhida em teu tentador olhar]
Feixes de lua desvendam favos
[de nudez em tuas cenas vadias]
Avalanche febril revela tatuagem
[aos primeiros botões do vestido]
A dança narra...
...mãos falam,
...fronteiras desabam
[entre o bem e o mal]
Em águas púrpuras modelo seios
...pernas em semitons
[concha rara]
Alcanço-me pérola dos mares do Sul
sereia ou mulher
[pressinto agitação]
Marés de domínio embalam crescente strip tease
[a noite vai começar]
Ímpetos deliciosos despem-te o falo obsceno
[o tempo para]
Delírios latejam em meus lábios talhados
[indecente carmin]
Aromas libidos rasgam o ar em gritos úmidos
[safada intimidade]
Loucura fetiche enrosca em dentes
[pelos pubianos]
Gozamos dominação em urros
Entregas...
...gozos...
malícias
Carícias em licor de pêssego,
[entre a banheira e o mar]
Indolente caminha a madrugada
[sob os lençóis egípcios]
Rostos adormecem em prateada luz
[de fresta réstia]
A noite eterna...
sem antes ou depois...
confessa aromas
Apoderando os limites
[venha o que vier]
[Goiânia, 20 de fevereiro de 2016]
[Imagem: Luri]
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