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domingo, 31 de maio de 2009

O peso das palavras, a leveza dos actos - Rui Gato

* Rui Gato


A palavra custa-lhe a chegar. Uma palavra para encaminhar a frase ignição da estória. E como são importantes as palavras para quem escreve, para quem procura ler, percebendo. Para quem pensa o que diz e ouve o que é dito por quem pensa o que diz.
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As palavras são sentimentos. Medos. São por vezes ditas a medo. São segredos se não forem ditas. Como os sentimentos, são segredos. Por medo que pensem o que dizemos. São importantes e perigosas. As palavras, e os silêncios.
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A cama suporta-lhe o peso sentado e a sua cabeça não suporta a falta de ideias. Na verdade cresceu rodeado de livros. Dormiu os anos da sua adolescência num divã, num escritório, entre milhares de estórias, entre o cheiro de livros novos e velhos, tantas personagens, capítulos, parágrafos. Respirou o pó tão próprio dos livros como o dióxido de carbono das plantas. Partilhou o divã com bichos da prata. Mas a sua preguiça raramente lhe permitia abrir um dos livros. A preguiça que o acompanhou desde que se lembra até agora. A mesma preguiça que não lhe permite sentar mais vezes a juntar palavras por escrito. Há mais de 1 ano que não tenta. E quando tenta é frente a um monitor, um teclado, ao som das ventoinhas do computador e por vezes 1 ou 2 albuns apropriados ao ambiente que se quer para a estória. Não tem a magia dos verdadeiros escritores. Aqueles que inveja. Que precisam do cheiro do papel e de ver o desenhar de cada palavra sentida pela razão, parida pela caneta trémula que seguram na mão. Falta-lhe magia, falta método, a urgência de uma ideia, a necessidade da palavra.
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2009.
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