Outras palavras ( a publicar)
Matam, as palavras que escorrem nos cantos dos olhos
ansiosas, brutas, paralisantes de agonias tóxicas.
Vampirizam-nos as vogais numa deslumbrante dança
com sensuais e cúmplices consoantes .
O sol de cada manhã jaz parido nas mãos de noite
que celebram afectos. Cúmplice de tudo, o coração
esbofeteia-nos no pingar das horas solitárias.
E as palavras voltam a morder as entranhas
numa sofreguidão plasmada. Erguem-se as verdades
e às escondidas dão-nos bússolas que comemos
com a mesma boca com que engolimos as palavras
com a cortesia anónima com que olhamos os outros.
Cegas, rolam para os dedos e escrevem matreiras
as confissões histriónicas cheias de declarações
a secar a boca e a chegar o sal à pele.
No fim, o tempo corre e quem paga é a chuva
e o vento, e a dor que passa apressada.
Resta a vida vociferada, a ternura fechada
na gaveta e o corpo que urge.
©Margarida Piloto Garcia.
Todos os direitos reservado
Matam, as palavras que escorrem nos cantos dos olhos
ansiosas, brutas, paralisantes de agonias tóxicas.
Vampirizam-nos as vogais numa deslumbrante dança
com sensuais e cúmplices consoantes .
O sol de cada manhã jaz parido nas mãos de noite
que celebram afectos. Cúmplice de tudo, o coração
esbofeteia-nos no pingar das horas solitárias.
E as palavras voltam a morder as entranhas
numa sofreguidão plasmada. Erguem-se as verdades
e às escondidas dão-nos bússolas que comemos
com a mesma boca com que engolimos as palavras
com a cortesia anónima com que olhamos os outros.
Cegas, rolam para os dedos e escrevem matreiras
as confissões histriónicas cheias de declarações
a secar a boca e a chegar o sal à pele.
No fim, o tempo corre e quem paga é a chuva
e o vento, e a dor que passa apressada.
Resta a vida vociferada, a ternura fechada
na gaveta e o corpo que urge.
©Margarida Piloto Garcia.
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